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76% dos brasileiros tem medo que organizações vendam seus dados pessoais sem permissão

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Mulher loira sentada na mesa da cozinha ao telefone frustrada com informações da internet
Imagem: reprodução

De acordo com pesquisa da Sherlock Communications, cada vez mais, os consumidores brasileiros temem por sua segurança digital, desconfiam de soluções legais dos governos, mas simultaneamente apresentam otimismo e ansiedade com relação ao futuro da inteligência artificial. 

Contando com mais de 3.500 entrevistados na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, o estudo foi compilado no e-book, “Cibersegurança: Proteção de Dados e IA na América Latina”.

Insegurança cresce entre os consumidores

Segundo o levantamento, no Brasil, 69% dos consumidores acreditam que os dispositivos pessoais escutam conversas em segredo. Além disso, a suspeita chega ao setor privado, 76% dos entrevistados têm medo que as organizações vendam seus dados pessoais sem permissão. 

Apenas 32% dos respondentes afirmaram acreditar que as leis de proteção de dados protegem efetivamente. 

André Duffles T. Aranega, consultor de segurança digital na Sherlock Communications, explica que: “ao falar sobre privacidade e segurança na América Latina, a desconfiança em relação aos dados domina o cenário”. 

Permanecendo na mesma linha, as preocupações com a IA são similares. Para 63% dos brasileiros, o uso da inteligência artificial para armazenamento de informações aumenta o risco de fraude de dados. 

Independente disso, a grande maioria dos entrevistados se mantém otimista: 70% concordam que a IA trará uma mudança positiva para a vida das pessoas

“Apesar de muitos avanços recentes, os latino-americanos ainda expressam ceticismo com a ideia de que as empresas e os governos estejam fazendo um bom trabalho em protegê-los”, declara o executivo. 

Perigos do compartilhamento de dados

O levantamento destaca que 43% dos respondentes limitam a quantidade de dados pessoais que compartilham online. Simultaneamente, 83% dizem que usam senhas fortes e 87% evitam clicar em links de mensagens não solicitadas. 

Outro destaque fica para o telemarketing e possíveis golpes, sendo que 55% dos entrevistados não atendem mais chamadas telefônicas de números não identificados. Além disso, no mundo do e-commerce, 66% dizem não saber se estão falando com um humano ou chatbot ao conversar com empresas.

“Como no resto do mundo, as preocupações com segurança e privacidade estão mudando rapidamente os hábitos da população”, observa Aranega. 

Medidas que garantam a proteção dos usuários têm sido cada vez mais aplicadas pelos consumidores; 74% adotam autenticação em dois fatores e 51% usam um e-mail secundário somente para as compras online. No geral, os consumidores brasileiros se destacam com relação às boas práticas em comparação ao resto da América Latina.

“Essa era promete um potencial monumental para o crescimento tecnológico, inovação e liderança na construção do futuro. Também apresenta sérios desafios que exigem intervenções e soluções inovadoras, tanto de governos quanto de empresas”, finaliza o consultor.