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Alibaba cresce em nuvem e IA, mas e-commerce decepciona no trimestre

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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O Alibaba divulgou nesta quinta-feira (29) os resultados do primeiro trimestre fiscal de 2025. O lucro líquido superou com folga as expectativas, chegando a 43,11 bilhões de iuans (US$ 6,03 bilhões), alta de 78% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho, no entanto, foi impulsionado principalmente por ganhos financeiros e não pela operação de e-commerce, que apresentou crescimento abaixo do projetado pelo mercado. Ao mesmo tempo, os segmentos de computação em nuvem e inteligência artificial mostraram avanços consistentes e consolidaram-se como motores de expansão para a companhia.

Alibaba site
(Imagem: reprodução)

Os números refletem um momento de transição: de um lado, a desaceleração da economia chinesa e a forte concorrência no varejo digital pressionam margens; de outro, os investimentos estratégicos em tecnologia vêm garantindo novas frentes de receita e fortalecendo a posição do grupo no setor de inovação.

Lucro cresce, mas e-commerce perde fôlego

A receita total somou 247,65 bilhões de iuans (US$ 34,62 bilhões), avanço de 1,8% na comparação anual, mas abaixo da expectativa de 252,9 bilhões de iuans (US$ 35,35 bilhões). A divisão internacional, que inclui o AliExpress, cresceu 19% em faturamento, enquanto a receita consolidada de e-commerce foi de US$ 16,55 bilhões, aquém da projeção de US$ 16,94 bilhões.

O fluxo de caixa líquido das operações caiu 39% no período, para 20,67 bilhões de iuans (US$ 2,89 bilhões), e o EBITDA ajustado recuou 14%, pressionado por investimentos. A companhia segue apostando em descontos agressivos e entregas ultrarrápidas para sustentar participação de mercado, mas enfrenta concorrência intensa de rivais como Meituan e JD.com, especialmente no delivery de restaurantes.

Nuvem e inteligência artificial ganham protagonismo

Na contramão do e-commerce, a divisão de nuvem cresceu 26% em relação ao ano anterior e alcançou US$ 4,66 bilhões em receita, superando estimativas de mercado. A inteligência artificial também ganhou mais espaço: o Alibaba anunciou planos de investir US$ 53 bilhões em infraestrutura de IA nos próximos três anos, reforçando sua transformação em um player estratégico de tecnologia.

O balanço reforça o contraste atual da gigante chinesa: enquanto seu negócio tradicional de varejo digital enfrenta pressões por crescimento, as iniciativas ligadas a nuvem e IA se consolidam como novas apostas para o futuro.