Oficialmente lançado hoje, dia 8 de agosto, o cartão de crédito da Amazon Brasil já estava em fase de teste e repercutindo na internet desde a semana passada. Por enquanto, apenas 50% dos usuários que acessam o site do marketplace já conseguem solicitar seu cartão. Segundo a companhia, no entanto, até o final de agosto, no entanto, 100% dos usuários do site terão acesso à novidade.
São duas modalidades de cartão disponíveis: o de crédito Amazon Prime e o crédito Link, ambos emitidos pela Bradescard, empresa do Grupo Bradesco, com a bandeira Mastercard e a categoria Platinum.
Por que fazer um cartão de crédito da Amazon?
O principal argumento levantado na divulgação dos cartões, divulgado em São Paulo pelo time da Amazon Brasil, foi o pacote de benefícios que ele oferece, principalmente para os membros Prime, que receberão 5% de cashback em cima de todas as compras dentro do marketplace.
“O brasileiro está gostando do e-commerce e buscando melhores experiências. Essa é a oportunidade da Amazon em oferecer uma boa experiência de pagamentos além da compra, preço e ofertas já oferecidas no catálogo da companhia”, pontuou Daniel Mazini, presidente da Amazon Brasil.
O lançamento dos cartões de crédito aumenta o portfólio de opções de pagamento da Amazon Brasil, que já inclui Compre com Pontos Livelo, Cartões de Crédito (à vista e parcelado), Pix e Boleto Bancário. O objetivo da Amazon é oferecer aos clientes a mais completa experiência de pagamentos e cada vez mais opções de recompensas.
Os clientes que não são Prime e usarem o Cartão de Crédito Link, ganharão 3% em pontos Amazon ao comprarem no site. Ambos os cartões oferecerão 2% de retorno em pontos Amazon para compras em restaurantes, drogarias, viagens, entretenimento e compras internacionais, e 1% em pontos Amazon em todas as outras compras fora do site. Para comemorar o lançamento, durante os primeiros três meses, os clientes aprovados receberão um benefício de boas-vindas de 50 pontos (no valor de R$ 50) para membros Prime e 10 pontos (no valor de R$ 10) para membros não Prime.
Além disso, segundo Mazini, os pontos não expiram e podem ser usados em qualquer compra no marketplace. Além disso, clientes Prime terão a possibilidade de parcelamento em até 15 vezes sem juros para compras a partir de R$ 1.500 com o cartão. O executivo explicou ainda que, enquanto outros varejistas investem em braços financeiros, a Amazon optou por continuar focada em “fazer varejo” e buscar uma parceria que suprisse novas formas de pagamento para o marketplace.
José Rocha, diretor vice-presidente do Bradesco, acrescentou que mesmo essa sendo uma novidade interessante para o consumidor, é importante não se acomodar, e manter constante o pensamento em novas soluções seguras e que tragam benefícios para ambas as partes.
Leonardo Linares, vice-presidente sênior de Soluções para o Cliente da Mastercard Brasil, entende ainda que este é o tipo de parceria que faz sentido para o modelo de negócios da Amazon entre os consumidores brasileiros e “que não tem preço”, ao avaliar os benefícios à longo prazo, sobretudo quando o assunto é facilitação da compra. “A principal proposta é recompensar o cliente com um incentivo de fidelização, pois a modalidade de compra compreende o momento de instabilidade vivido no Brasil”.
Compreensão do mercado brasileiro
Domenico Tremaroli Filho, diretor da vertical de varejo da Nielsen IQ, participou da divulgação com o objetivo de contextualizar a situação financeira do consumidor brasileiro diante do avanço do comércio eletrônico.
De acordo com ele e com as análises de compra, o consumidor brasileiro recupera pouco a pouco o otimismo em relação aos resultados positivos econômicos, mesmo que os resultados só sejam sentidos de fato a médio e longo prazo. O otimismo, no entanto, já ajuda no índice de confiança do consumidor, não por impactar as compras, mas por lentamente tirar o consumidor de uma perspectiva pessimista sobre o seu futuro.
“Apesar de uma inflação mais baixa, que impacta diretamente a cesta básica do brasileiro, já começamos a perceber uma melhora no poder de compra”, pontuou o executivo.
Domenico explicou que o aumento da inflação, que ocasionou um aumento no valor dos itens alimentícios, somado à corrosão do poder de compra sofrido nos últimos anos, ajudou o consumidor a ser mais seletivo com os produtos e menos fiel às marcas, ocasionando um desafio a mais para o varejista. Além disso, ele mencionou o aumento do endividamento das famílias brasileiras, bem como o comprometimento da renda com o crescimento do desemprego durante a pandemia. “Ou seja: o brasileiro está gastando mais e comprando menos”.
Dois canais se destacam para suprir as dificuldades de compra neste cenário: o atacarejo, hoje mais dinâmico e próximo do consumidor, e o e-commerce, que facilita a busca de alternativas e comparação de preços. Para ele, o e-commerce tem um potencial declarado de driblar a crise.
Ele vê, porém, potencial de aumento das vendas com as datas sazonais do segundo semestre (Dia dos Pais, Black Friday, Natal e o recebimento do 13º salário), além de um novo sortimento de produtos necessários para a volta do convívio social pós-pandêmico. Alimentos e bebidas também têm se destacado como categorias em ascensão nas vendas online.
Por fim, Domenico vê que vantagens que auxiliem a compra e a fidelização do consumidor também ajudam neste processo, tais como o lançamento do cartão de crédito proposto pela Amazon, uma vez que ele oferece uma proposta de cashback vantajoso e uma possibilidade de parcelamento mais agressiva.