Sob a premissa de verificar eventual falha na divulgação das propostas de capitalização da Americanas, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo contra Camille Loyo Faria, atual diretora financeira e de relações com investidores da Americanas.
As propostas foram apresentadas pelos acionistas da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Os executivos colocaram um aporte financeiro de R$ 1 bilhão à disposição da companhia após a descoberta do rombo contábil, estimado em R$ 23,5 bilhões.
A CVM já tem outros 16 processos abertos contra a Americanas em decorrência da investigação financeira. A empresa está em processo de recuperação judicial e as dívidas contabilizam R$ 42,5 bilhões.
Camille Loyo Faria assumiu o posto como diretora financeira em 11 de janeiro, data em que o rombo foi divulgado por Sérgio Rial, que ocupou a cadeira de CEO por nove dias e também é investigado pela CVM.
Na semana passada, João Nascimento, presidente da CVM, afirmou que a autarquia vai incentivar que os envolvidos no esquema de fraude contribuam com informações antes da fase de julgamento. Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que apura o caso, ele afirmou: “Incentivamos autodenúncias e colaborações premiadas”.
Há duas semanas, a empresa divulgou um relatório preliminar com informações que culpabilizam a diretoria do ex-presidente da Americanas, Miguel Gutierrez, por fraudes nas demonstrações financeiras da companhia.