Os bancos brasileiros ajustaram a projeção de crescimento da carteira de crédito para 2024, elevando-a para 10,6%, de acordo com a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. A instituição atribui essa revisão a fatores como o aumento da renda das famílias e o controle dos índices de inadimplência.
Na pesquisa de agosto, a previsão era de um crescimento de 10,3%.
O estudo, divulgado na última segunda-feira e realizado com 20 bancos entre os dias 24 e 30 de setembro, revela que a expectativa de expansão da carteira de crédito com recursos livres – mais sensível às condições econômicas – subiu de 9,5% para 9,9%.
Houve também melhora no crédito para empresas (de 7,4% para 8,2%) e para famílias (de 11% para 11,3%).
No caso da carteira de recursos direcionados, que segue critérios estabelecidos pelo governo, a estimativa de crescimento foi revisada de 12,1% para 11,9%, com a projeção de alta para empresas caindo de 12,6% para 12,1%, em meio a sinais de que os programas de auxílio ao Rio Grande do Sul estão apresentando resultados abaixo do esperado.
A expectativa de crescimento do crédito direcionado às famílias permaneceu inalterada em 11,6%.
Segundo Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, a pesquisa indicou também um otimismo em relação ao mercado de crédito, impulsionado por um nível de atividade econômica surpreendente, mesmo com um novo ciclo de aperto monetário previsto.
“A sensação é que, se a elevação dos juros não for tão forte e ficar dentro das expectativas, é possível que o efeito sobre o mercado de crédito em 2025 não seja tão intenso, provocando apenas uma desaceleração marginal”, declarou na nota.
Próximo ano
Para 2025, os bancos projetam uma expansão de 9,1% no crédito, frente aos 8,9% estimados na pesquisa anterior. A revisão abrange tanto a carteira de recursos livres (de 8,6% para 8,9%) quanto a de recursos direcionados (de 9,6% para 10,3%).
Em relação à inadimplência, a previsão para a taxa da carteira de recursos livres permaneceu em 4,4% para 2024 e 4,3% para 2025.