Que o isolamento social e suas consequências fizeram com que o e-commerce ficasse em evidência e se consolidasse na rotina de compras do brasileiro nos últimos dois anos não é novidade. Dados da Neotrust mostraram que o e-commerce bateu recordes de faturamento em 2021, crescendo 27%. Mas o home office também fez com que setores com menor visibilidade no comércio eletrônico ficassem em evidência, chegando a serem considerados prioridade para muitos consumidores. Foi o caso da categoria de casa e decoração, que apresentou uma alta de 300% nas compras virtuais entre 2019 e 2021, de acordo com uma pesquisa feita pela Nuvemshop.
Desde que as medidas de segurança para evitar a disseminação da Covid-19 foram tomadas, a maioria das empresas se viram obrigadas a fecharem as portas dos escritórios e os funcionários passaram a trabalhar de casa. A partir daí, com muito mais tempo dentro de casa, as preocupações com reformas e ajustes no lar passaram a ser muito mais frequentes. Um levantamento feito pelo aplicativo de prestação de serviços GetNinjas, apontou que as reformas residenciais aumentaram 57% em 2020.
As compras para deixar a casa mais confortável também não ficaram para trás, conforme observa Guilherme Pedroso, country manager da Nuvemshop e um dos responsáveis pela pesquisa. “Com o online, é possível ir além da rua ou do bairro onde a loja física está localizada, ou seja, pode-se comercializar para todo o Brasil, ampliando os negócios e o faturamento. O atendimento qualificado aos clientes em todos os canais também foi um processo utilizado para impulsionar as vendas durante esse período, além de estratégias de marketing digital e da criação de sites responsivos e personalizados”, disse ele, em entrevista à Casa Vogue.
O levantamento mostra também que, apenas no ano passado, as PMEs do setor registraram mais de R$ 200 milhões em faturamento. Esse valor representa mais do que o dobro quando comparado a 2020. O número de novas lojas virtuais no setor também foi maior, com um crescimento de 151% desde 2019.
Isso não significa que as compras no online tenham substituído as compras físicas. Com a retomada da economia e fim das medidas de isolamento social, a expectativa que esse crescimento diminua em 2022, mas não há previsão de retração no digital.
“De acordo com nosso levantamento, o ticket médio de compras do segmento de Casa e Decoração no ambiente online aumentou de R$ 249,62, em 2020, para R$ 262,48 em 2021. Em janeiro de 2022, foi registrado um aumento de 9% no faturamento do setor em relação ao mesmo período de 2021”, explica Pedroso.
Ele ainda afirma que a expectativa é que o setor continue em alta neste ano, “porque os consumidores já estão habituados a comprar online com preços competitivos do mercado e há pessoas que seguirão desenvolvendo algumas atividades em casa, como nos modelos de trabalho remoto e híbrido”.
As experiências figitais também poderão ser uma tendência. “Ainda assim, as gerações mais jovens, que já estão conquistando seus próprios produtos, casas e independência, esperam que os empreendedores estejam atentos aos novos formatos de atendimento, às novas formas de divulgação e ao uso assertivo das redes sociais. Segundo o levantamento NuvemCommerce 2022, da Nuvemshop, o TikTok está ganhando destaque no mundo dos negócios e já é utilizado por cerca de 14% dos lojistas, por exemplo”, finaliza.
Fonte: Casa Vogue