Durante o segundo dia de atividades, na sala de Logística, Gabriel Drummond, co-founder da Intelipost falou sobre “Gestão financeira da conta frete: custos, margens, tributos, rentabilidade”. “Partimos do pressuposto que a gestão financeira é uma ciência exata, mas na rotina diária não é bem assim”, iniciou Gabriel.
Segundo Gabriel, o que se vê no mercado são muitas lojas no negativo, mas outras que conseguem ter margens positivas no frete, mas a questão é: “Por quê as empresas têm resultados tão diferentes e até que ponto conseguimos influenciar esses resultados?”
A resposta é: na gestão do frete, que envolve a contabilização do frete, taxas, alocação, composição do mix de transporte, e quais ferramentas o lojista usa para influenciar nesses resultados.
Contabilização do frete: parece fácil, mas não é
Uma tabela de frete é inerente ao seu negócio ou varia dependendo de quem está no controle? A tabela leva em consideração: origem do CD, perfil do envio e volume de carga. Considerando os Correios é possível ter custos um pouco mais padronizados, no caso das transportadoras isso pode variar. A transportadora se compromete em tentar 3 vezes. Se não conseguir o custo será do mesmo valor original do frete. “É possível evitar os custos adicionais como não esperar a terceira tentativa, por exemplo”, diz ele.
Onde existem ganhos imediatos?
- Fazer o cálculo correto: parece ser fácil, mas não é. Tratar a quantidade de taxas e especificidades e traduzir isso para o ERP ou outro sistema é complicado. Depende de: cadastro de produto (dimensões, pesos, etc), destinatário (áreas de risco, CNPJ), expedição (tamanho das caixas, # de volumes);
- Pensar em mix de transporte. Quando uma loja está começando geralmente usa os Correios ou transportadoras que entregam no Brasil todo, depois que a loja evolui, ela faz uma composição estratégica por regiões. “É nessa hora que o dinheiro acaba ficando na mesa. Pensar em mix é otimizar essa composição”. Decisões alinhadas à estrategia, opções adequadas para cada perfil de pedido e cliente, gestão de volumes e gestão de preços.
O índice de trocas no Brasil está subindo
Daí enxergamos modelos de negócio que usam a reversa como diferencial. “Vemos números de fora que comprovam que grande parte dos clientes só compram de uma loja se a reversa é fácil. Facilitar a reversa passa a ser algo que faz vender mais”, diz Gabriel.
Precificação, diferenciação e campanhas
Frete grátis continua caindo (os lojistas estão passando a adotar menos), porém continua sendo um fator decisório de compra para o consumidor. Mas afinal quanto devo cobrar pelo frete? Devo colocar margem nele? O que devo levar em consideração?
É um decisão complexa, veja quais fatores devem ser considerados:
- Custo do frete;
- Margem dos produtos;
- Mercado (o que os concorrentes estão fazendo, o que os consumidores estão acostumados a pagar);
- Sazonalidade;
- Estratégia comercial;
Já o custo de entrega deve considerar:
- Custo de frete;
- Outros custos (troca e devoluções)
As únicas certezas que temos no e-commerce:
- A competição sempre vai piorar;
- A expectativa dos clientes vai aumentar;
- O custo de fretes nos Correios sempre vai aumentar;
- Vendas multicanais vão aumentar;
- Preparação, ajustes, etc sempre vão existir;
“O frete deve ser uma alavanca de vendas e estar alinhado à sua estratégia de lucratividade. O frete tem que gerar receita para a sua loja”, finalizou Gabriel.