Com a digitalização das vendas e da economia como um todo, o mercado vive uma profissionalização e evolução do e-commerce tradicional (abrangendo cada vez mais mercados) e forçando o desenvolvimento de diversos pontos de contato e de vendas (o conhecido omnichannel).
Para atender com eficiência e confiabilidade estes movimentos, a VP de Business Development da DHL Supply Chain Brasil, Gabriela Guimarães, aponta dois caminhos principais: a incorporação de novas tecnologias, principalmente a Inteligência Artificial (IA), e a colaboração com parceiros logísticos que oferecem soluções colaborativas “plug & play”. “Ambos se tornaram essenciais para facilitar e reduzir custos e riscos desta transição no e-commerce e varejo de forma geral”, ressalta Gabriela Guimarães.
Em tecnologia, já se discute há alguns anos a digitalização e a automação de processos logísticos, que trazem muito sucesso nas “operações de chão”, porém, há um patamar superior e muito em evidência no momento: o uso da Inteligência Artificial (IA) para tornar a logística e o e-commerce mais inteligentes.
“A aplicação da IA na cadeia de suprimentos pode revolucionar a eficiência e a precisão na tomada de decisões. Por exemplo, com o uso de algoritmos de aprendizado de máquina, é possível prever a demanda com mais precisão, otimizando quantidade, posicionamento e variedade de estoques”, afirma a VP da DHL Supply Chain.
Segundo ela, é possível também melhorar a experiência do cliente, personalizando ofertas com base nas preferências e no histórico de compras (e ajustando também a logística), o que já vem ocorrendo em muitas indústrias. Essa abordagem é crucial, pois 71% dos compradores online esperam interações personalizadas.
Além disso, a tecnologia Saas e as APIs, alavancadas pela IA, desempenham um papel crítico no e-commerce, facilitando a implementação de estratégias omnichannel integradas e a assimilação de informações detalhadas de rastreamento de carga e gestão dos fornecedores de logística.
Depois do comportamento de venda e a integração da cadeia, “o próximo passo é conhecer, em profundidade, o comportamento de entregas, otimizando assim, além da armazenagem, a consolidação de carga e roteirização. Antevejo inclusive que a IA possa até segurar determinada entrega, pois prevê que uma nova compra será fechada com endereço correlacionado, reduzindo custos de transporte de forma significativa”, explica Gabriela Guimarães.
Há vantagens também na gestão de frota , gestão de riscos – prevendo eventuais problemas até mesmo os climáticos – e utilização conjunta de estruturas como cross-dockings. Esses benefícios abrirão caminho para um compartilhamento ainda maior de recursos e capacidades logísticas.
“Com isso, o IA sai dos bastidores e vai para a frente do planejamento logístico, tomando decisões, evoluindo constantemente e proporcionando também a tão sonhada responsividade das cadeias de suprimento”, ressalta a VP.
A executiva apenas pondera que, no momento, o desafio está na novidade da tecnologia e na falta de mão de obra especializada, especialmente no Brasil. A DHL Supply Chain já está experimentando essa tecnologia aqui no Brasil, especialmente na previsão de demanda, com grandes resultados e planos de ampliação.