O uso de agentes de IA no comércio eletrônico está entrando para a lista das tecnologias recentes que rapidamente passaram a fazer parte do nosso cotidiano, presentes em diferentes áreas, desde o trabalho até os momentos rotineiros do dia a dia. E isso não acontece por acaso. Em um curto espaço de tempo, empresas como OpenAI, Mastercard, Visa , Walmart, Google, Amazon e PayPal com a Perplexity anunciaram iniciativas ou aprimoramentos de IA autêntica.

Os anúncios de algumas das maiores techs do mundo em comércio online e pagamentos deram uma prévia do que está por vir e, o que parecia um futuro distante, está cada vez mais próximo.
O que é o comércio eletrônico com agentes de IA e quando ele chega?
O agentic commerce é um conceito recente no varejo digital, que nasce da aplicação da agentic AI: a inteligência artificial capaz de agir de forma autônoma para alcançar um objetivo. A união da IA generativa e agentes inteligentes coloca o e-commerce em uma nova fase: além de responder a comandos, os agentes também pensam, decidem e executam ações por conta própria.
Como isso funciona na prática? Esses agentes identificam produtos, monitoram preços e condições de compra, e avisam o consumidor quando encontram as melhores oportunidades, tudo isso em nome do varejista, para oferecer uma experiência cada vez mais personalizada e eficiente.
Especialistas destacam que, embora parte dessa revolução ainda seja aspiracional, há sinais claros de que essa mudança já está em curso. “É uma transformação muito grande na forma como as compras acontecem”, afirma Xavi Sheikrojan, diretor de inteligência de risco da Signifyd. “Esses agentes vão decidir, comprar e até concluir o checkout em nome dos clientes.”
O impacto da IA agente no e-commerce
Essa transformação terá grande impacto no e-commerce, e as estratégias atuais precisarão ser otimizadas para interagir com bots. Não somente para facilitar as compras para os consumidores, mas também para proteger o comércio eletrônico.
As equipes de prevenção a fraudes e gestão de risco terão que identificar rapidamente quais bots são legítimos e quais representam ameaças, além de treinar suas equipes e modelos de machine learning para reconhecer novos sinais que caracterizam agentes de IA confiáveis, capazes de realizar compras em nome de clientes recorrentes e confiáveis.
Segundo especialistas da Signifyd, os lojistas precisarão criar duas jornadas de compra: uma para humanos e outra para agentes de IA. Da mesma forma, as equipes de risco terão que aprender a diferenciar sinais de comportamento entre bots e pessoas, distinguindo tanto os clientes legítimos quanto as ameaças.
Os prós e contras das decisões cada vez mais automatizadas
Por um lado, bots de compra totalmente automatizados representam o ápice do comércio sem fricção, como se bastasse apenas pensar para comprar. Mas, assim como acontece com qualquer avanço ou tecnologia que torna as compras online mais fáceis, o agentic commerce também expõe os lojistas a novas vulnerabilidades de fraude e chargebacks e os consumidores a novas preocupações relacionadas à segurança.
Por que os supermercados lideram o agentic commerce
A revolução digital avança rápido, mas ainda há resistência em compartilhar dados e carteiras digitais com bots. É improvável que, no curto prazo, agentes de IA assumam todas as compras automaticamente. Uma pesquisa da Bain & Company, em parceria com a ROI Rocket, mostrou que 72% dos consumidores americanos conhecem a IA, mas apenas 10% já a usaram para comprar. A maioria, no entanto, confiaria em agentes para itens de supermercado ou de uso doméstico, que são classificados como produtos de baixo custo e risco, como arroz, feijão, leite ou papel higiênico.
E as outras verticais do e-commerce?
Fora dos supermercados, outras categorias do varejo digital devem avançar em ritmos diferentes na adoção do agentic commerce, mas na mesma direção. No setor de moda, por exemplo, peças compradas com frequência (como camisetas, meias ou roupas de ginástica) tendem a ser as primeiras a migrar para compras automatizadas, enquanto itens mais exclusivos ainda exigirão envolvimento humano.
Em eletrônicos e viagens, consumidores mais experientes e habituados à tecnologia podem adotar rapidamente agentes de IA, especialmente em compras recorrentes ou planejadas, enquanto o público mais cauteloso deve esperar mais tempo para mudar comportamentos de compra.
Já em segmentos como beleza, artigos para casa e esportivos, a adesão será mais individualizada, variando conforme o grau de personalização ou o valor do produto: um móvel sob medida ou um perfume exigem muito mais cuidado, mas itens padronizados (como uma bola de basquete ou um utensílio de cozinha) podem ser facilmente delegados à automação.
Como se preparar para um mundo de comércio eletrônico agêntico
À medida que a IA desempenha um papel cada vez maior nas compras on-line dos consumidores, as soluções de proteção comercial baseadas em IA se tornam ainda mais importantes. A Plataforma de Proteção para E-commerce da Signifyd combina a escala de dados e a sofisticação dos modelos de aprendizado de máquina necessários para se preparar para o futuro do comércio. A solução é desenvolvida por especialistas em fraude, risco, dados e tecnologia que podem fornecer o tipo de orientação consultiva que todo varejista precisará para continuar crescendo, à medida que o mundo continua a evoluir e inovar.
Entendendo a identidade e a intenção nas transações online
A Rede de E-commerces da Signifyd ajuda a proteger os varejistas com inteligência baseada em milhões de transações diárias, executadas em muitas verticais de varejo em todo o mundo. Impulsionada por IA, ela estabelece uma linha de base de comportamento, que é atualizada constantemente por sinais comportamentais e transacionais adicionais.
Para ter sucesso na nova era agêntica do comércio eletrônico, é essencial reconhecer que os bots de compra apresentam comportamentos diferentes dos humanos, mas que não necessariamente indicam fraude. Identificar esses padrões permite compreender melhor quem está realizando a compra e qual é a sua real intenção — mesmo que seja um agente automatizado.
Dados enriquecidos geram melhores insights para o varejo digital
Usando técnicas como impressão digital de IA, a Signifyd fornece insights sobre os metadados dos agentes de compras, analisando sua intenção orientada por inteligência artificial e diferenciando entre automação aprovada por humanos e bots maliciosos. Ao aproveitar as atualizações em tempo real de uma rede global de e-commerces, os modelos de intenção aprendem continuamente com os novos padrões de ataque e com a evolução dos comportamentos dos compradores.
Isso dá aos varejistas um contexto importante por trás de uma compra, combinando o reconhecimento de padrões globais com insights de transações individuais.
É possível analisar informações como:
– Se uma transação é consistente com o comportamento dos compradores;
– As preferências e padrões de autorização anteriores;
- Se a transação aponta para um comportamento fora do comum e de risco.
Proteção e gerenciamento inteligentes de devoluções online
A Signifyd também pode proteger contra um aumento nas devoluções (abusivas, fraudulentas ou excessivas) decorrentes do comportamento de bots. O Decision Center permite que os varejistas personalizem as respostas às solicitações de devolução, dependendo do nível de risco que elas implicam.
Da mesma forma, esta inteligência de devoluções oferece uma maneira de calibrar a velocidade com que o reembolso é aprovado. Um e-commerce poderá reembolsar imediatamente a compra de um cliente fiel, ou segurar um reembolso para um consumidor com histórico de irregularidades até que o produto seja devolvido e suas condições sejam verificadas.
Os seres humanos são vitais para o sucesso do comércio eletrônico agêntico
Embora os bots desempenhem um papel crescente na jornada de compra, o sucesso no e-commerce agêntico não dependerá apenas das máquinas. Sistemas de proteção estáticos ainda podem falhar em reconhecer bots bem intencionados, tornando essencial a intervenção humana para treinar a diferenciação entre bots bons e bots ruins, além de definir estratégias eficazes. A inteligência humana é fundamental para orientar decisões, criar modelos de consórcio e garantir que o comércio agêntico seja seguro e eficiente.
Também depende dos humanos começar esta empreitada em seus negócios e garantir que acompanhem as tendências de mercado. Não é cedo demais para os varejistas começarem a reunir os elementos necessários agora: todos os sinais apontam para o fato de que o comércio agêntico está mais no roteiro imediato do que em um fantástico futuro de ficção científica.