O faturamento do varejo em setembro registrou uma queda de 3,3%, já descontada a inflação, em comparação ao mesmo mês de 2023, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Este é o sétimo mês consecutivo sem crescimento no setor.
Em termos nominais, que refletem a receita de vendas sem o desconto da inflação, houve um aumento de 1,1%.
Os três principais macrossetores do varejo apresentaram retração. O setor de bens duráveis e semiduráveis caiu 4,5%, impactado principalmente pelo segmento de vestuário e artigos esportivos. O macrossetor de serviços teve queda de 3,6%, com destaque negativo para estética e cabeleireiros.
Já o setor de bens não duráveis recuou 2,9%, puxado pela queda nos postos de combustíveis.
Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, explica: “um dos fatores que pode ter afetado o desempenho do varejo foi o efeito de calendário. O mês de setembro em 2024 contou com um domingo a mais, dia tradicionalmente fraco para o comércio. Em 2023, houve ainda um sábado adicional que caiu no início do mês, período favorável ao consumo por causa do recebimento de salários”.
Em termos nominais, o e-commerce no Brasil cresceu 0,9% em setembro. As vendas presenciais, por sua vez, apresentaram alta de 1,1% em comparação ao mesmo período de 2023.
Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia do IPCA divulgada pelo IBGE, apontou um crescimento de 0,13% em setembro. O principal impacto foi o aumento de 0,84% na conta de energia elétrica residencial.
Ao considerar o IPCA e o IPCA-15 ponderados pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses foi de 4,6%.
Desempenho por regiões
Segundo o ICVA deflacionado e ajustado pelo calendário, os resultados por região em relação a setembro de 2024 foram: Centro-Oeste (-5,0%), Sudeste (-4,0%), Nordeste (-3,6%), Norte (-3,1%) e Sul (-2,1%).
Já o ICVA nominal, que não desconta a inflação e também considera o ajuste de calendário, mostrou os seguintes resultados: Sudeste (3,8%), Sul (3,8%), Norte (2,9%), Nordeste (2,5%) e Centro-Oeste (1,2%).