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Economia é copo meio cheio para empreendedores, apontam economistas no iFood Move

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Fernando Ferreira, estrategista-chefe XP Investimento e Dirlene Silva, economista e CEO DS Estratégias e Inteligência Financeira, compartilham suas visões sobre o crescimento macroeconômico do Brasil, a curto e médio prazo, no primeiro dia do iFood Move. 

Juliana Rosa, jornalista do Grupo Bandeirantes, mediou a conversa e iniciou introduzindo a preocupação com possíveis voos de galinha – crescimento muito baixo, com aumento pequeno e queda logo na sequência. O painel visava apresentar um panorama da economia do dia-a-dia e como as empresas podem se preparar para os próximos anos.

Painel com Fernando Ferreira, XP Investimentos, Dirlene Silva e Juliana Rosa
Imagem: reprodução

Copo meio cheio ou meio vazio?

A CEO explica que no pós pandemia, a economia conquistou um ganho de eficiência, porém, a inflação e os juros podem ser preocupantes. Os convidados defendem que a economia não é uma ciência exata, sendo uma junção de cálculos e costumes sociais, a economia depende de diversos fatores.

Ferreira detalha que, segundo sua visão, o copo da economia está meio cheio. De acordo com mapeamentos da XP Investimentos, o consumo das famílias deve crescer 7% em termos reais – ou seja, acima da inflação. As projeções do PIB também não deixam a desejar, o executivo defende que mesmo frente a uma grande quebra de safra o Brasil deve crescer 3% em 2024. 

Além disso, a taxa de desemprego está abaixo de 7% e deve fechar em 6%, segundo pesquisas da instituição financeira. 

“De fato existem várias preocupações, mas pensando no consumo das famílias, desemprego e PIB, temos um copo meio cheio”, reforça o estrategista-chefe.

Economia é sobre pessoas

Silva comenta que a economia, uma ciência da vida real, é sobre pessoas e escolhas. Para a convidada, frente a um mundo cada vez mais polarizado, a sociedade precisa escolher suas prioridades. Porém, Rosa questiona: porque é tão difícil para o Brasil definir em quais preocupações investir?

Apresentando uma analogia, a CEO afirma que o governo é similar a nossa casa. Se os gastos são maiores do que as entradas, será necessário pedir empréstimos e pagar juros. Além disso, o cenário brasileiro não parece muito animador por conta da dificuldade fiscal –  uma dívida elevada e juros altos. Hoje, 90% do orçamento do governo é fixo, com apenas 10% flexíveis qualquer ajuste nas contas se torna muito difícil. 

Entretanto, Silva argumenta que uma das maiores dificuldades do país é a desigualdade de renda. “A desigualdade exclui e para termos uma economia com crescimento precisamos incluir as pessoas”, declara.

Sob um ponto de vista mais técnico, Ferreira explica que para que a inflação volte aos 3%, a taxa de juros precisa ser elevada. O economista alega que a taxa deve chegar a 12%, um ciclo de alta consideravelmente pequeno – o Banco Central precisaria elevar a taxa de 10,75% para 12% – fugindo de maiores porcentagens, como 14% ou 15%.