Não é novidade dizer que a pandemia e o isolamento mudaram radicalmente a maneira de se relacionar (e de consumir) das pessoas. Para Rafael Costa Abreu, Diretor de Fraude e Identidade da LexisNexis Risk Solutions, as empresas devem entender essas mudanças e se reposicionar diante disso. “Os pagamentos aumentaram muito, principalmente na América Latina. Uma das tendências apontadas pelas empresas são as e-wallets (ou carteiras digitais), que ajudarão a atingir esse novo público carente por alternativas mais inclusivas que as oferecidas pelo sistema bancário tradicional”, afirmou.
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Para tanto, o especialista sugeriu no The Future of Payments que as empresas se atentem às cinco categorias de novos consumidores do pós-pandemia:
“Essa é uma nova realidade, e as empresas devem criar estratégias para posicionar suas marcas”. No Brasil, Abreu acredita que a categoria dos Newbies esteja entre as mais importantes, pois trata-se de um público que consumiu online pela primeira vez. “Na crise, a digitalização apoiou diversas iniciativas para pequenas e médias empresas. Com isso, os negócios passaram a conhecer melhor o seu público e a saber como interagir com ele”.
Categorização dos usuários
Tantos os consumidores disruptivos como os entrantes são de faixa etária mais elevada (acima de 40). Trata-se de um grupo com alta taxa de escolaridade, predominantemente feminino. Ou seja, consumidores que não eram tradicionais no e-commerce passaram a demandar mais do consumo digital. E isso é muito importante saber, pois muda a maneira como as empresas se relacionam entre si, principalmente no pós-pandemia.
Voltando aos consumidores Newbies, Abreu destaca a mudança de comportamento do grupo. “Estão usando mais serviços de entregas de mercado, alimentos, etc. Pela primeira vez tivemos pessoas usando serviços bancários online, o que traz a inclusão online (como auxílio governamental), cartões digitais, e-wallets, serviços de streaming ou serviços digitais.
Como funcionam
As e-wallets não requerem a inserção de dados bancários — para tanto, basta estar com o smartphone, por exemplo. Transferências, pagar taxas, boletos, etc… “Tudo ocorre de maneira segura e protegida por criptografia. Há diversas opções, que podem ser instaladas a partir de App, por aproximação, QR Code. O primeiro ponto fundamental da e-wallet é a segurança, uma vez que no comércio eletrônico contribui para a redução do chargeback”, afirmou, acrescentando que é mais fácil a clonagem de um cartão do que de uma carteira digital, que é totalmente criptografada.
Tendência por e-wallet
Hoje, há tendência de crescimento, pois o brasileiro é um consumidor ávido por tecnologia e de serviços. “Seguimos muito o exemplo da China, que possui 70% das transações eletrônicas. Se em 2018 quase não usávamos as e-wallets, hoje elas estão em forte crescimento. A expectativa é que no futuro as pessoas passem a comprar mais online e que os pagamentos por cartões entrarão em decadência, completamente oposto às e-wallets”, finalizou.
Por Giuliano Gonçalves, da redação do e-commerce Brasil.