Um dos grandes desafios dos lojistas de e-commerce é ter relevância dentro dos marketplaces. Como ter um produto bem destacado nesse tipo de plataforma? Vale subir os produtos em diversos marketplaces simultaneamente? Essas e outras questões foram respondidas por Nicolas Fernandes e Izabelle Palma, especialistas da Synapcom.
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Sobre a segunda questão apresentada, Izabelle já antecipa que não é o melhor caminho: “É preciso ter bem definido em quais marketplaces você quer vender nesse momento. Utilizar diversos canais não é uma boa estratégia, pois demanda um esforço desnecessário. Cada canal exige uma integração diferente, que demanda uma série de fatores e, consequentemente, tempo. A chance de perder o controle da situação enorme”, alerta.
Para traçar uma “linha do tempo” sobre as etapas mais assertivas a serem levadas em consideração, a dupla listou algumas dicas, como você confere a seguir:
Perfil de consumidor
Traçar o perfil do cliente em cada um dos canais, segundo Nicolas, é uma das primeiras coisas a se levar em consideração. “É importante pensar nisso, pois é preciso estar presente em canais que sejam o foco da empresa. Nos primeiros dias de conexão da empresa, o produto sofre para se encaixar na plataforma. Se o cliente procurar por um marketplace de petshop, por exemplo, ele irá atrás de produtos focados àquele canal. E mesmo que você tenha um produto ‘sedutor’, que você acredita vender em qualquer lugar, muito provavelmente ali ele não terá relevância”.
Cadastro nos marketplaces
Com o canal da loja bem definido, o segundo passo é ter o cadastro perfeito dos produtos para subir. Um conselho de Izabelle é não poupar informação nessa etapa. “O cliente não pode ter uma dúvida sequer ao navegar pelo seu produto. Quanto mais especificado, melhor, a fim de evitar qualquer dúvida por parte do cliente”. Do contrário, segundo ela, as chances de perder a venda são grandes — afinal, você pode não ter tempo hábil de responder às perguntas do consumidor na mesma hora e ele simplesmente sai da sua loja.
Outro motivo para você não economizar nos dados ao cadastrar um produto está na complexividade de um marketplace. “É mais fácil você subir um cadastro completo e correto de primeira, do que precisar corrigir posteriormente. O sistema dos marketplaces tem um tempo para atualizar os dados, e cada modificação leva um período até que esteja de acordo”. Ela faz um parênteses em uma cenário de moda: para uma marca já estabelecida, números e medidas já estão no conhecimento do cliente. No caso de uma marca nova, quanto mais dados o produto exibir, melhor, pois o cliente ainda não está familiarizado com ela.
Frete
Assim como no cadastro dos produtos, o frete exige assertividade na descrição correta em relação às empresas parceiras de entrega. Um cálculo errado, segundo Nicolas, acarreta em custo maior (inclusive para o consumidor) e, consequentemente, perda de vendas. “Quando há muitos SKUs, a exigência de aumentar a velocidade de cadastro é real. Por isso, é fundamental ter cuidado com o preenchimento para ter informações corretas nas plataformas”. Além disso, Nicolas recomenda ter mais de um parceiro logístico a fim de atender determinado CEP, cubagem, etc. “Se a empresa não opera bem logisticamente, é preciso buscar parceiros e focar somente no produto. O frete faz toda a diferença e muda toda a conversão”, complementou.
Indicadores
As métricas são essenciais para acompanhar a saúde das lojas. Dentro dos marketplaces, segundo Izabelle, elas têm uma outra função também: punir as lojas de acordo com os dados apresentados. “Se não estiverem corretas, os lojistas podem perder algumas regalias dentro da plataforma, como a presença no buy box, por exemplo. Isso é mais um fator que vai impactar negativamente na relevância do anúncio e, claro, nas conversões”.
Lançamento de produtos
Outra dica da dupla de especialista está em elaborar uma estratégia correta em cada canal de venda. Segundo eles, é preciso pensar na continuação do processo, e uma das formas e entender os calendários de cada marketplace. “Vale pesquisar como o canal trabalha com datas como a semana do consumidor, por exemplo. O que você pode fazer de parceria com ele? Oferecer frete grátis, descontos… Com certeza o canal te dará mais visibilidade por conta disso”.
Acompanhar os concorrentes
Não necessariamente copiar, mas identificar o que os concorrentes fazem e melhorar a estratégia em cima disso é outra recomendação de Nicolas. Segundo ele, “há ferramentas que acompanham as precificações, mas o mais assertivo é entrar nos marketplaces e fazer uma busca personalizada em cada empresa, pois pode haver erros de precificação”.
Ele complementa que às vezes não é preciso trazer o preço tão baixo, pois um preço tão atraente não é sinônimo de mais vendas. Vale observar, segundo ele, o valor praticado por lojas oficiais, que normalmente se posicionam mais saudáveis. “É melhor posicionar dentro do canal um produto correto e acompanhar os concorrentes. Será que ele é um distribuidor da indústria? Essa análise te ajudará a entender o mercado e tomar ações, online e offline, em relação às políticas de vendas”.
Por Giuliano Gonçalves, Via E-Commerce Brasil
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