Em 2025, o esporte feminino consolidou um novo patamar no mercado global de mídia e patrocínio. Com crescimento acelerado de audiência, aumento expressivo de receita e retorno superior às expectativas das empresas, o segmento chega a 2026 com projeções de expansão em ritmo ainda mais forte.

Levantamento da Women’s Sport Trust mostra que 80% das marcas planejam investir em esportes femininos até 2027. Outras 85% afirmam que pretendem manter os aportes atuais e 86% consideram que o ROI atingiu ou superou o esperado.
Dados do Women in Sports Review indicam que fãs da modalidade são 4,7% mais receptivos às marcas e têm 2,1% mais probabilidade de compra. Cada US$ 1 investido gera, em média, US$ 7,29 em valor de cliente.
Segundo Bruno Almeida, CEO da US Media, o avanço é resultado de dados consistentes, crescimento de audiência e retorno comprovado. “O esporte feminino tornou-se um espaço premium de mídia e branding, com potencial para marcas que buscam relevância cultural e desempenho mensurável”, afirma.
Receita
Segundo projeção da Deloitte, os esportes femininos devem encerrar 2025 com US$ 2,35 bilhões em receita global, quase o dobro do registrado em 2023. O basquete responde pela maior fatia (US$ 1,03 bilhão), seguido pelo futebol (US$ 820 milhões).
O aumento de visibilidade também impulsiona novos mercados. A jogadora americana Ilona Maher tornou-se a atleta de rúgbi mais seguida durante Paris 2024 e assinou contrato como embaixadora da marca de beleza Paula’s Choice, evidenciando a entrada do setor no esporte.
Um relatório da Women in Sport mostra que, apesar de representarem 43% da cobertura midiática, atletas femininas concentraram 53% do engajamento nas redes durante os Jogos de 2024. No Brasil, 12 das 20 medalhas conquistadas pela delegação foram de mulheres.
Futebol feminino no Brasil
A final do Brasileirão Feminino 2025 reuniu 41.130 torcedores na Neo Química Arena, superando jogos masculinos do mesmo fim de semana e alcançando a maior renda da história da competição, com R$ 1,23 milhão.
Estudo da Dibradoras, em parceria com a Máquina do Esporte, mostra o alto nível de engajamento do público brasileiro:
- 96% acompanham a modalidade semanalmente;
- 70% usam redes sociais diariamente para se informar;
- 82% preferem marcas patrocinadoras do futebol feminino;
- 67% já compraram produtos oficiais;
- 80,8% pretendem comprar ingressos para a Copa do Mundo Feminina de 2027.
Projeções para 2026
Com eventos globais, ligas mais estruturadas e novos ídolos esportivos, 2026 deve marcar o período mais competitivo dos últimos anos para marcas e plataformas de mídia. Entre os principais movimentos observados pelo mercado estão:
Disputa crescente por patrocínios premium: a Deloitte aponta que 54% da receita global dos esportes femininos em 2025 veio de patrocínios e parcerias comerciais — proporção que deve aumentar diante da entrada de novas categorias e da ascensão de novas atletas.
Avanço das transmissões e crescimento do inventário digital: as transmissões representaram 25% da receita em 2025 e impulsionaram OTTs e plataformas esportivas. Aplicativos como o OneFootball têm fortalecido a cobertura dedicada a ligas e seleções femininas, ampliando as possibilidades de segmentação para anunciantes.
Eventos globais movimentando o ciclo de investimentos: a final da Rugby World Cup 2025 reuniu 81.885 pessoas, reforçando o interesse por grandes eventos femininos. No Brasil, a Copa do Mundo Feminina de 2027 é vista como o maior gatilho de investimento da década.
Consolidação de ligas e novas estrelas: competições como o March Madness feminino, a temporada 2025 da NWSL e o Brasileirão Feminino registraram aumento de audiência e receita publicitária. A ascensão de atletas com forte presença digital — como Ilona Maher, Rebeca Andrade e Marta — deve impulsionar contratos de mídia e merchandising.