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Faturamento do comércio eletrônico sobe 40% em 2010

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

O e-commerce brasileiro teve desempenho acima do esperado em 2010. De acordo com a e-bit, empresa especializada em informações do setor, o faturamento para o ano foi de R$ 14,8 bilhões, um crescimento nominal de 40% frente aos R$ 10,6 bilhões faturados em 2009. Esse resultado, aliás, superou a previsão anterior da empresa, que considerava um faturamento de R$ 14,5 bilhões.

Essa é uma das informações contempladas na 23ª edição do Relatório “WebShoppers”, realizado pela e-bit, com o apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). Os bons resultados podem ser atribuídos principalmente pelo incremento de vendas proporcionado pela Copa do Mundo. O evento futebolístico colaborou efetivamente para o aumento na venda de Televisores de Tela Fina, especialmente aparelhos de LCD.

Outros fatores relevantes para o superaquecimento do setor no ano foram a entrada de novos players, a consolidação de grandes grupos de varejo e o aumento da renda do consumidor. Essas ações contribuíram para aumentar a confiança dos e-consumidores no setor e alavancar as cifras.

De acordo com o diretor geral da e-bit, Pedro Guasti, o e-commerce passa por um período de maturação. “As vendas no setor superaram nossas expectativas iniciais para o ano. Isso se deve à grande aceitação que esse tipo de comércio vem tendo por parte dos brasileiros, cada vez mais confiantes em comprar online. Paralelamente a isso, percebemos que não estão apenas comprando mais, mas comprando produtos de maior valor agregado, como Eletrodomésticos, Informática, Eletrônicos e Telefonia, mais especificamente notebooks, desktops e televisores de tecnologia avançada”, esclarece o executivo.

Os argumentos podem ser sustentados por números: em 2010 foram feitos mais de 40 milhões de pedidos, divididos em uma base de aproximadamente 23 milhões de e-consumidores que gastaram, em média, R$ 373.

Durante o ano, as categorias que se destacaram das demais e terminaram o ano como as preferidas nos carrinhos virtuais dos e-consumidores foram Eletrodomésticos (14%), Livros, Assinaturas de Revistas e Jornais (12%), Saúde, beleza e medicamentos (12%), Informática (11%), e Eletrônicos (7%).

Expectativas

Segundo Guasti, os ventos devem continuar soprando a favor do e-commerce em 2011. “O bom rendimento do canal não deve parar e seguirá com crescimento significativo esse ano. Com a maior consolidação do setor, aliada às novas ferramentas que auxiliam os consumidores na hora de realizar uma compra, como as redes sociais, o faturamento do e-commerce brasileiro deve continuar sua expansão, ainda que num ritmo menor que o ano passado”, conclui o diretor geral da e-bit.

A expectativa é a de que o comércio eletrônico fature R$ 20 bilhões nesse ano, um crescimento nominal de 30% em relação ao ano de 2010 (R$ 14,8 bilhões).

Só no primeiro semestre do ano, são esperados cerca de 4 milhões de novos entrantes no setor, chegando assim, a 27 milhões de e-consumidores que realizaram, ao menos, uma compra online até hoje.

Algumas categorias devem ganhar ainda mais destaque durante o ano, como é o caso de Moda e Acessórios. Hoje, a categoria ocupa a 6ª colocação no ranking das categorias mais vendidas do canal, com aproximadamente 5% no share total. Há 4 anos, era posicionada abaixo da 20ª colocação.

Compras Coletivas: números e tendências

No ano de 2010, o e-commerce brasileiro viveu um fenômeno inédito. Com origem nos Estados Unidos, os sites de compras coletivas chegaram ao Brasil e, em poucos meses, já viraram febre entre consumidores e investidores. De acordo com informações de mercado, já existem mais de 1.200 sites deste tipo (em operação ou em fase de lançamento), oferecendo cupons com descontos que variam normalmente entre 50% e 70%. Portais agregadores de compras coletivas, como o SaveMe, também foram novidades, fomentando ainda mais o setor.

Por sua relevância crescente, a e-bit desenvolveu, para essa edição do relatório WebShoppers, uma pesquisa especial que permite mapear de forma precisa como os sites de compras coletivas e clubes de compras se posicionam no mercado.

“Notamos que, em pouco tempo, as compras coletivas ganharam espaço com uma velocidade impressionante dentro do e-commerce. Por isso, desenvolvemos essa pesquisa e pretendemos continuar acompanhando o modelo, traçando novos indicadores e apontando tendências desse mercado para os próximos anos”, revela o diretor de marketing e produtos da e-bit, Alexandre Umberti.

Na pesquisa realizada entre 10/03 e 14/03, verificou-se que 61% dos consumidores virtuais disseram conhecer o conceito de compras coletivas. Dos e-consumidores que já compraram, 82% pretendem comprar novamente uma oferta em sites de compras coletivas nos próximos 3 meses. Além disso, 37% das pessoas que compraram em sites de compras coletivas ficaram sabendo do serviço por recomendação de amigos e parentes. Já 19% alegaram ter recebido uma promoção por e-mail. Outros dados da análise, além de uma parte dedicada a Clubes de Compras, estão presentes no relatório completo.

Perfil do e-consumidor: mulheres e a classe C

Na constante busca em entender e traçar as características do consumidor virtual brasileiro, a e-bit também realizou um levantamento com dois perfis protagonistas do setor: as mulheres e a baixa renda.

O levantamento apontou que as mulheres com idade superior a 50 anos passaram de 14% para 21% do total de compradoras, entre 2005 e 2010, denotando um aumento da senioridade das compradoras virtuais. Além disso, o tíquete médio das compras femininas aumentou de R$ 240 em 2005 para R$ 314 em 2010. No entanto, continua significativamente menor ao tíquete médio dos gastos efetuados pelos homens, que foi de R$ 425.

No que diz respeito aos usuários de baixa renda, o estudo revelou, entre outros dados, que os integrantes da chamada “Classe C” são mais jovens do que o restante do mercado. No geral, a média de idade dos “e-shoppers” é de 41 anos, enquanto que a média dos consumidores de baixa renda ficou em 37 anos.

“A base de dados da e-bit, com mais de 10 anos de informações sobre o comércio eletrônico, nos permite vislumbrar as alterações do perfil do e-consumidor e seus hábitos de consumo ao longo dos anos”, explica Umberti.

Com informações de Adnews