Após declarar falência no último domingo (16), a rede de lojas de roupas Forever 21 anunciou o encerramento de todas as suas operações nos Estados Unidos, marcando o segundo pedido de falência da marca de roupas nos últimos seis anos. A empresa citou a forte concorrência de varejistas de fast fashion online, como Shein e Temu como um dos principais fatores.

O diretor administrativo e analista de varejo da GlobalData, Neil Saunders, afirmou na semana passada que provavelmente não há um “caminho para a Forever 21 recuperar o status significativo que já teve”. Ainda, ele acrescentou que a empresa foi atingida diretamente pela ascensão da Shein, e, em certa medida, da Temu, especialmente porque as compras online cresceram significativamente durante a pandemia, enfrentando a concorrência de Zara, Uniqlo e outras marcas, já que a Forever 21 vende produtos mais genéricos que muitos consumidores não se interessam ou que podem encontrar por um preço muito menor online.
Além disso, a empresa também é sensível aos aumentos de tarifas do Presidente Donald Trump sobre as importações chinesas para os Estados Unidos.
Somando isso ao fato de que a varejista produz itens sazonais, ou seja, que são descartados rapidamente e substituídos por outras tendências, o resultado foi o abandono da marca pelos clientes, que também criticam a falta de responsabilidade ambiental da rede frequentemente.
“A Forever 21 não se ajudou nesses desafios: o merchandising e o sortimento foram fracos, e a marca não teve nenhum ponto de vista claro por um longo tempo”, disse Neil Saunders, em um comentário.
Linha do tempo
- Forever 21 entrou com pedido de falência no domingo (16) através de um comunicado, informando que implantará o encerramento de suas operações nos EUA;
- O site da rede seguirá funcionando enquanto a empresa realiza liquidações em suas lojas.O Authentic Brands Group, que detém a propriedade intelectual internacional associada à Forever 21, poderá licenciar a marca para outros operadores, já que a Forever 21 busca um comprador para parte ou a totalidade de seus ativos, de acordo com a empresa;
- Brad Sell, diretor financeiro da marca, afirmou que a varejista não conseguiu encontrar um caminho sustentável para seguir adiante devido à forte concorrência com varejistas estrangeiros de preços mais baixos;
- A empresa também enfrentou alguns desafios econômicos e custos crescentes que impactaram os clientes da Forever 21.
Sobre a marca
Fundada em 1984, a marca se popularizou por oferecer roupas de baixo custo, concorrendo com H & M e Abercrombie & Fitch no início dos anos 2000. As vendas da empresa alcançaram US$1 bilhão (R$5,71 bilhões) em 2005, ultrapassando US$4 bilhões (R$22,84 bilhões) em 2015. Contudo, o desempenho da Forever 21 começou a enfraquecer na segunda metade da década, à medida que os consumidores passaram a comprar mais no varejo online.
A rede entrou com pedido de concordata, Capítulo 11, em 2019 e , posteriormente, fechou 200 lojas.
Alguns meses depois, uma equipe composta pelas operadoras de shopping Simon Property Group e Brookfield Properties e pela empresa de gestão de marcas Authentic Brands Group comprou a Forever 21 por US$81 milhões.
Isso permitiu que o varejista continuasse operando com uma pegada de varejo menor.
A Forever 21 se junta a uma longa lista de empresas que anunciaram o encerramento das operações lojistas nos EUA. No ano passado, os principais varejistas do país anunciaram mais de 7.300 fechamentos de lojas, um aumento de 57% em relação a 2023, de acordo com a Coresight Research.
A varejista pode sobreviver por meio de acordos de licenciamento, mas isso a tornaria uma sombra do que costumava ser. No entanto, uma venda é possível pois o comércio eletrônico e os grupos de marcas podem mostrar algum interesse.
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