Um levantamento da GfK mostra que, em 2022, cerca de seis em cada 10 pessoas gastaram menos em produtos de primeira necessidade devido ao aumento dos preços. Por outro lado, um terço dos consumidores mudou para uma marca mais barata. Um outro dado destaca que mais de 25% de usuários compraram algo de segunda mão em vez de um produto novo.
Dentro da pesquisa, quase metade dos consumidores adiou a compra de um produto até que ele estivesse com preço promocional. “No começo de 2023 observamos esse mesmo comportamento, já que os consumidores continuam a se sentir pressionados a reduzir seus orçamentos”, afirma Fernando Baialuna, diretor de Consultoria e Varejo da GfK para América Latina.
Promoções personalizadas
As estratégias de promoções personalizadas estão mais acessíveis devido aos anúncios online de grande alcance e aos programas de fidelização digital. No ano passado, por exemplo, a União Europeia teve um forte aumento no modelo de oferta, que influenciou 16% das decisões de compra.
O uso regular de anúncios online cresceu 6% em todo o continente, e os varejistas estão cada vez mais integrando promoções digitais em seus aplicativos ou usando serviços baseados em geolocalização para chamar a atenção.
Ainda assim, cartões de fidelidade por si só não são suficientes. Na Suécia, por exemplo, 37% dos consumidores admitiram que ainda fizeram compras em diferentes lojas no ano passado para encontrar as melhores ofertas. Para os dinamarqueses que se preocupam com preços, 65% compram em diferentes lojas para encontrar as melhores ofertas.
Reflexos do ano passado
Em 2022, a primeira semana da Copa do Mundo da FIFA coincidiu com a Black Friday. Neste caso, aumento as esperanças dos varejistas de injetar um pouco de febre futebolística nos eventos promocionais festivos.
Nesta análise, os consumidores dos países que disputaram a Copa do Mundo foram atraídos pelas promoções relacionadas ao torneio não apenas por conta do fator futebol, mas porque já estavam pesquisando online em antecipação às ofertas da Black Friday — e controlaram seus gastos devido aos orçamentos mais apertados.
Corte de preços forçado
O advento da guerra entre Ucrânia e Rússia em fevereiro de 2022 também contribuiu para um corte drástico do preço dos produtos. Em maio do ano passado, cerca de um em cada nove bens de consumo vendidos teve seu preço reduzido em 15% ou mais (em comparação com cerca de um em cada 16 na mesma época em 2020).
Em junho, o número era de quase um em cada oito, um novo recorde. E no pico da temporada de compras, cerca de um em cada cinco produtos vendidos havia sofrido um desconto de pelo menos 15%, em comparação com menos de um em cada sete em 2020.
O Fundo Monetário Internacional prevê que a China e a Índia serão responsáveis por cerca de metade do crescimento do PIB global em 2023. Muitos outros países emergentes oferecem bolsões de crescimento em um ano desafiador devido à ascensão de suas classes médias e à chance de recuperar o terreno perdido durante a pandemia.
Diante disso, segundo a pesquisadora, a otimização de promoções será essencial para impulsionar o volume dos varejistas. Afinal, os consumidores continuam a adaptar seu comportamento de compra, sendo importante direcionar as promoções para os compradores de forma que eles se identifiquem com elas.