Em um shopping center o consumidor passeia, compara preços, conhece novas marcas e faz compras. No mundo online, ele também consegue fazer tudo isso em um único portal, os chamados marketplaces. Este modelo de negócio, um centro de compras virtual que abriga diversos lojistas, invadiu o e-commerce brasileiro nos últimos dois anos e chama a atenção de fornecedores de tecnologia do país.
Levantamento da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) indica que 20% do faturamento do e-commerce nacional em 2015 – R$ 48,2 bilhões – é proveniente de compras efetuadas em marketplaces. A tendência não é só no Brasil: 64% dos usuários em todo o mundo têm procurado produtos nesses portais, segundo pesquisa conduzida pela Pymnts.com para a Amazon.
Os números positivos atraem empresários que enxergam na web a oportunidade de aumentarem suas receitas – reforçando a tese de que este formato de negócio é o “berço do empreendedorismo” no país, porque concentram desde os pequenos empresários que buscam conversão até as grandes lojas virtuais.
No entanto, eles não são todos iguais. “Há dois tipos de marketplaces: os grandes varejistas, que possuem produtos próprios e disponibilizam sua estrutura para lojas consolidadas aumentarem a oferta; e os que não têm produtos próprios e funcionam exclusivamente como vitrine para os anunciantes de todos os portes, inclusive para quem está começando a vender pela Internet”, afirma Henrique Mengue, cofundador e CEO da EZ Commerce.
Com estes dois perfis distintos, os fornecedores de tecnologia encontraram nos centros de compras online um nicho a ser explorado. Afinal, varejistas que já possuem uma loja virtual demandam soluções para otimizar a operação. Já aqueles que estão começando buscam parceiros para consolidar suas primeiras vendas.
A busca por preços competitivos
Além da plataforma de e-commerce, outra solução tecnológica em alta com os marketplaces é a que oferece o monitoramento e alterações inteligentes nos preços dos produtos. O valor de cada item é considerado primordial para a estratégia neste setor, pois preços atraentes ganham destaque no portal. “Com este recurso, o varejista não só consegue criar uma estratégia assertiva de descontos, como deixa o próprio estoque com valores competitivos e dentro de uma margem que não compromete a rentabilidade do negócio”, explica Ricardo Ramos, CEO da Precifica.
Agilidade no pagamento para o consumidor e o lojista
Se para o consumidor uma das vantagens é poder comprar itens de várias lojas em uma mesma nota fiscal, para o marketplace essa situação representa uma operação mais complexa: é preciso fazer a divisão correta e o repasse do valor para cada empresa (prática conhecida como split). “Com este recurso é possível que a cada empresa envolvida no processo de venda receba seu percentual referente à transação, de forma simples e automática. Isso traz eficiência e confiança ao processo e permite que nossos parceiros foquem no que eles fazem de melhor, vender através da internet”, explica Guilherme Pizzini, diretor da Mundipagg.
Relacionamento com o cliente aproxima marca e usuário
Outra área que utiliza soluções tecnológicas é o setor de atendimento, justamente para promover um relacionamento entre a marca e os consumidores. Dessa forma, os lojistas virtuais conseguem atender o cliente em uma única plataforma de atendimento omnichannel. “Hoje, os usuários esperam ser bem atendidos em qualquer canal e querem que as empresas garantam a eficiência neste relacionamento”, complementa Albert Deweik, CEO da NeoAssist.