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Marketplaces: estudo global da SimilarWeb mostra baixo crescimento e desafios para o setor

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Globalmente, segundo um estudo da SimilarWeb, o mercado de marketplaces registrou um crescimento marginal de 0,8% em relação ao ano anterior. Na pesquisa, trata-se de um reflexo dos desafios enfrentados pelo e-commerce em um cenário de inflação crescente. Este crescimento abaixo do esperado destaca a maturidade do setor e os efeitos da inflação sobre a economia global.

Seis dos dez principais mercados de marketplaces experimentaram declínios nas visitas — a Índia, por exemplo, registrou uma queda significativa de mais de 10% em relação ao ano anterior (o Brasil sofreu queda de 2,2% no tráfego). Mesmo os Estados Unidos, maior mercado em termos de visitas, enfrentaram um leve declínio de 1,3%.

Além da inflação, outros fatores como o ressurgimento das compras físicas pós-pandemia e o aumento do uso de players D2C (Direct-to-Consumer) têm contribuído para essa tendência. E isso ocorre à medida que consumidores buscam uma experiência de compra mais personalizada e específica de marcas.

Recuperação lenta e desafios regionais

Desde 2023, o tráfego geral para a indústria de marketplaces está em um caminho de leve recuperação, após uma queda de 5% em 2022. Apesar da queda, os Estados Unidos continuam liderando o mercado, representando mais de 24% das visitas globais. Curiosamente, aumentaram marginalmente sua participação de tráfego, mesmo com um declínio de 1,3%.

A Índia caiu duas posições, ficando em oitavo lugar, atrás do Reino Unido e da Alemanha, que também enfrentaram declínios anuais. Nove dos dez principais países permanecem os mesmos de 2023, com o Canadá agora ocupando o décimo lugar, representando 2,4% do share geral após um aumento de 3,5%.

Principais tendências e players em crescimento

Os dados de crescimento de tráfego no setor de marketplaces entre maio de 2022 e abril de 2024 destacam algumas tendências significativas. O Temu, uma plataforma emergente, teve um crescimento impressionante de 839%, alcançando 4,3 bilhões de visitas globalmente e se tornando a quinta maior plataforma de marketplace do mundo.

Ainda que no final da lista, brasileira Magazine Luiza apresentou 1,2 bilhões de visitas no estudo / estudo leva em consideração acessos via desktop e web móvel, nos períodos de maio de 2022 a abril de 2023, vs. maio de 2023 a abril de 2024

Lançada inicialmente nos EUA em setembro de 2022, a marca expandiu rapidamente para a Austrália, Nova Zelândia, Europa, Reino Unido e, mais recentemente, para a África do Sul, operando atualmente em 49 países.

Outro gigante chinês, o AliExpress, viu um crescimento anual de 10%, atingindo 5,6 bilhões de visitas globalmente. A inflação e a busca por preços competitivos contribuíram para o aumento da atividade no AliExpress, que expandiu sua gama de produtos para incluir moda, artigos para casa e mais, tornando-se um destino de compra diversificado.

Enquanto isso, a Shopee, a maior plataforma de e-commerce do Sudeste Asiático, manteve sua posição dominante em mercados como Indonésia, Vietnã e Tailândia. A variedade de produtos, incluindo itens usados, mantimentos e produtos de marca, diferencia a Shopee e atrai uma ampla gama de consumidores. No entanto, a concorrência com gigantes como Temu e AliExpress é intensa, e resta saber quanto tempo a Shopee conseguirá sustentar sua vantagem competitiva.

Futuro dos marketplaces

Com a evolução do mercado global de marketplaces, as empresas estão adaptando suas estratégias para enfrentar desafios como a inflação e as mudanças nos hábitos de consumo.

A busca por uma experiência de compra personalizada e o crescimento dos players D2C continuam a moldar o setor, que segue em recuperação após os impactos da pandemia. O estudo na íntegra pode ser acessado aqui.