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Diretor do MIT detalha como a Inteligência Artificial tem revolucionado a indústria

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Yuri Ramos, diretor de programa do MIT, apresentou uma visão abrangente sobre como a inteligência artificial (IA) está revolucionando a indústria e acelerando a inovação digital em um evento recente. Segundo ele, a IA está se tornando indispensável para as empresas que desejam manter sua competitividade e relevância no mercado.

Yuri Ramos, diretor de programa do MIT, no Fórum E-Commerce Brasil 2024 / (Imagem: Studio WTF/E-Commerce Brasil)

Hoje, soluções de IA permitem que empresas obtenham detalhes valiosos sobre seus concorrentes. Por exemplo, o McDonald’s pode acessar dados do Burger King, e vice-versa, o que possibilita estratégias mais informadas e eficazes.

Além disso, a IA conversacional tem revolucionado os call centers, reduzindo o tempo de atendimento em mais de 80%. “Empresas já estão utilizando IA também no setor de RH, a fim de analisar currículos e criar questionários personalizados com base nas informações dos candidatos”.

Impacto das empresas nascidas no MIT

Ramos destacou o impacto global das empresas originadas no MIT, que somam cerca de 30 mil — empregam aproximadamente 5 milhões de pessoas, gerando um faturamento comparável ao PIB do Brasil. Este cenário ilustra o poder transformador da inovação tecnológica e a importância de uma abordagem integrada.

Cerca de 50% das empresas já possuem seus dados na nuvem, 35% utilizam IA, e aproximadamente 40% consideram projetos de IA. Ramos prevê que esse número alcançará 100% em breve, pois é impossível ignorar os benefícios e a necessidade da IA. Ele ressaltou que o conceito de IA, criado por John McCarthy em 1955, evoluiu significativamente, especialmente com o advento da IA generativa, que está redefinindo tarefas e eliminando funções menos complexas.

Elementos da maestria digital

Ramos apresentou o conceito de Maestria Digital, que abrange cinco elementos essenciais: visão digital, liderança inspiradora e tecnicamente competente, experiência aprimorada do cliente, uso avançado de tecnologia e uma cultura que incentiva mudanças e experimentação.

Citou exemplos como a Michelin, que utiliza sensores nos pneus para monitorar diversas métricas e informar os consumidores sobre a necessidade de manutenção; Também mencionou a Starbucks, onde 30% dos pedidos são realizados via dispositivos móveis.

Casos reais de sucesso com IA

Em sua apresentação, Ramos mencionou várias aplicações de IA bem-sucedidas, como:

  • Covariance: ferramenta que fornece relatórios detalhados sobre concorrentes e clientes.
  • Posh.ia: IA conversacional que otimiza o atendimento em call centers, predominante em cooperativas de crédito.
  • Claira: IA para RH que cria entrevistas personalizadas, identificando o melhor candidato para cada vaga e descobrindo talentos internos.
  • InMoment AI: coleta feedbacks de usuários de diversas fontes, incluindo mídias sociais e lojas físicas, e gera relatórios regionais detalhados.
  • Apps IA: soluções como Astra e Plug, que oferecem aconselhamento personalizado e ajudam na escolha de paletas de cores, já faturam mais de US$2 milhões mensais.

Desafios e responsabilidades na era da IA

Hoje, existe uma responsabilidade das lideranças em guiar suas empresas para um futuro onde a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas um catalisador de soluções. Ramos destacou, por exemplo, a importância de integrar um DNA tecnológico e promover a igualdade digital, além de fomentar um mindset digital.

Para o MIT, a inovação deve proporcionar um impacto real. “O reconhecimento profissional deve vir das entregas impactantes e não apenas do número de horas trabalhadas”. Ele mencionou o caso da Amazon, que perdeu uma oportunidade com o e-commerce conversacional usando Alexa — são mais de 500 milhões de Ecodots vendidas — devido à burocracia.

Por fim, Ramos alertou sobre as vulnerabilidades da IA generativa, destacando que ainda não é totalmente segura e que os dados na nuvem podem se tornar públicos. Sugeriu, por exemplo, o uso da ferramenta “Perplexity”, que combina funcionalidades do Google com o ChatGPT, já se tornando um unicórnio em cerca de 18 meses.