O Convênio 93 que promove mudanças significativas no ICMS em 2016 e a crise econômica foram os temas mais discutidos durante o painel “Estratégia e Expansão: a importância do e-commerce no desenvolvimento de SC”, na Conferência E-Commerce Brasil. Para Taísa Bornhofen, Diretora Comercial da Posthaus.com, 2015 foi um ano duro, “muito mais do que a gente esperava”, disse a executiva. Apesar disso, Taísa conta que as metas para a última Black Friday foram batidas. “Agora o desafio é entregar os pedidos”, diz otimista.
Para Jaison Goedert, CEO Cissa Magazine, os impactos da crise são muito claros no varejo eletrônico. “É impossível alguém que tem um varejo não estar sentindo a crise este ano”, desabafa, “tivemos que aprender, olhar mais o detalhe do custo, marketing e consumidor e quando você se aprofunda nesses temas acaba melhorando a operação”, diz Jaison.
Para Jaison, a crise deixou os consumidores mais exigentes. “O usuário está mais inteligente, o cliente está menos fiel, a conversão diminuiu”, diz Jaison. O fim da lei do bem (que foi criada durante o governo Lula previa a isenção de ICMS/Cofins para produtos como smartphones, tablets, modems e roteadores), também pode ser um grande impactador de vendas pós-Black Friday, explica Jaison.
Em relação aos novos regulamentos do ICMS que passam a vigorar em Janeiro de 2016, Jaison vê com grande preocupação: os estados já regulamentaram as novas alíquotas, mas ainda não criaram mecanismos que viabilizem essas mudanças. “Como gerar cinco mil guias de recolhimento no mesmo dia?”, questiona.
Cristiano Chaussard, Fundador e Diretor de Expansão na Flexy Negócios Digitais e representante da ABCoom (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) no Estado de Santa Catarina considera fundamental a união dos varejistas nesse sentido para que a insatisfação do setor seja levada as autoridades competentes. Ele disponibilizou ainda o próprio e-mail como forma de reunir essas insatisfações. Veja aqui.
Outro participante da Conferência (que se reserva no direito do anonimato) disse que os varejistas precisam tomar uma atitude mais radical: boicotar as vendas em certos estados como sinal de insatisfação sobre a nova lei do ICMS. “Se antes vendíamos X para um estado, vamos passar a vender X para o nosso próprio estado, o que não será nenhum esforço muito grande”, disse.
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