Fomos até a NRF, maior evento de varejo no mundo que ocorre em Nova Iorque, a fim de descobrir as principais novidades do mercado — e que fatalmente refletirá por aqui. Entre as personalidades mais esperadas, Sucharita Kodali, VP e analista da norte-americana Forrester, explicou em detalhes o cenário do grocery na América do Norte e como o consumidor tem explorado o setor de alimentos.
Para entender o novo comportamento de consumo em relação ao grocery, Kodali traçou uma infinidade de dados que desenham este momento. Devido ao alto custo dos produtos, uma mudança de comportamento ficou evidenciada a partir dos dados da Forrester:
– 94% dos consumidores estão preocupados com o alto custo dos alimentos;
– 84% fizeram uma ou mais mudanças na forma de cosumo;
– 53% buscam por descontos;
– 46% cortaram alimentos não-essenciais;
– 41% redobraram os cuidados com alimentos frescos para não estragarem;
– 31% estão aproveitando para comprar produtos de sobras;
– 31% buscam por cupons de descontos.
Mercado de Grocery nos Estados Unidos
Apesar de ser uma categoria com grande penetração dos Estados Unidos, o grocery ainda tem a despontar no mercado americano. Ainda assim, tanto alimentos congelados como os refrigerados (imagem abaixo) mantêm o índice de aquisição online estável desde 2021:
Comportamento de consumo do grocery nos EUA
A fim de entender a penetração do grocery nos Estados Unidos, Kodali dividiu o setor em delivery e retirada na loja. Alimentos não perecíveis, por exemplo, são adquiridos 29% das vezes no formato “clique e retire”. O delivery, neste caso, ocupa 71% das aquisições.
Já em relação ao grocery de alimentos perecíveis, 42% das compras são “clique e retire” e 58% no delivery. Entre os consumidores de grocery, 22% afirmam comprar não-perecíveis na Amazon, 33% no Walmart e 45% em outras redes de produtos alimentícios.
O Walmart por sua vez domina o setor de alimentos perecíveis no grocery nos EUA, com 49% afirmando comprar da rede de supermercados — 51% responderam comprar de outros vendedores.
No Brasil, segundo Marcelo Osanai, Head de E-Commerce da e-Nielsen|Ebit, o setor de alimentos e bebidas passou de sexta para a terceira posição em número de pedidos 2022. Para o executivo, o grocery ainda tem potencial de sobra a ser explorado no país.