A OpenAI oficializou sua chegada ao Brasil com a inauguração de um escritório em São Paulo. O movimento marca um passo importante da companhia no País, que até então contava apenas com dois funcionários em atuação. A decisão acontece em meio ao avanço da inteligência artificial no mercado brasileiro, impulsionado tanto por startups quanto por grandes empresas que vêm incorporando a tecnologia em suas operações.

A abertura do espaço reflete o interesse da empresa fundada por Sam Altman em estreitar laços com clientes, parceiros e a comunidade de desenvolvedores. Segundo a OpenAI, a escolha de São Paulo está relacionada ao dinamismo do ecossistema local, que concentra algumas das principais iniciativas ligadas à tecnologia e ao comércio digital no País. Embora o endereço e o número de funcionários ainda não tenham sido revelados, a expectativa é que novas informações sejam divulgadas nos próximos meses.
Espaço de conexão e capacitação
O escritório foi concebido como um ambiente para treinamentos, encontros e atividades voltadas a públicos diversos, em modelo semelhante ao que o Google já mantém no Brasil. A proposta é criar um ponto de convergência para startups e desenvolvedores, além de funcionar como centro de apoio a empresas que buscam adotar IA em larga escala.
“Há muito entusiasmo em torno da inteligência artificial no Brasil. As startups estão avançando rapidamente e grandes empresas já vêm incorporando essas ferramentas às suas operações. Ter um escritório aqui nos permite estar mais próximos de clientes e parceiros, além de apoiar esse movimento”, afirmou Brad Lightcap, diretor de operações da companhia.
Crescimento e desafios regulatórios
O anúncio também reforça o momento de expansão do ChatGPT no Brasil. A OpenAI informou que a ferramenta já soma 50 milhões de usuários mensais no País, com mais de 140 milhões de mensagens trocadas diariamente. “Os brasileiros não estão apenas usando nossas ferramentas, mas também criando a partir delas”, destacou Nicolas Andrade, diretor de políticas públicas da OpenAI para a América.
Ao mesmo tempo, a chegada da empresa deve intensificar o debate regulatório. Em agosto, Andrade defendeu que a questão de direito autoral não fosse incorporada à regulação da IA. O tema ganhou ainda mais relevância após a companhia se tornar alvo de processo movido pelo jornal Folha de S.Paulo, que a acusa de uso indevido de material protegido. Atualmente, o Marco Legal da Inteligência Artificial (PL 2.338) está em discussão na Câmara dos Deputados, depois de ter sido aprovado no Senado em dezembro de 2024.