Em março, pouco antes das enchentes no RS, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) trazia o fechamento do trimestre das PMEs com o faturamento em alta. Dessa vez, porém, a empresa trouxe um recorte exclusivo do faturamento das pequenas e médias empresas do Rio Grande do Sul. Comparado à média do primeiro quadrimestre, houve uma queda de 10% em maio.
Por conta das enchentes, a análise revela que o impacto foi significativo na economia regional, em especial ao setor de comércio, que sofreu uma queda de 25% no faturamento. As indústrias também foram fortemente afetadas, registrando uma redução de 19%. Já o setor de serviços foi o menos impactado, com uma retração de 3%.
Para Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, o setor de tecnologia — particularmente empresas de “Informação e Comunicação” — ajudou a amenizar a queda geral no segmento de serviços. Contudo, áreas como “Alojamento e alimentação” e “Artes, cultura, esporte e recreação” registraram perdas ainda maiores, variando entre 30% e 50%.
Região vinha de crescimento
Esse cenário no Rio Grande do Sul contrasta com o desempenho das PMEs no Brasil, que vêm apresentando crescimento constante. De janeiro a maio de 2024, o IODE-PMEs registrou uma expansão de 13,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Na região gaúcha, antes das enchentes, o mercado local de PMEs também mostrava sinais de crescimento, com uma alta de 6% no acumulado do ano até abril.
O Rio Grande do Sul, quinta maior economia do Brasil, contribui com 6% do PIB nacional e possui cerca de 1,5 milhão de empresas ativas, das quais aproximadamente 80% estão localizadas em áreas fortemente afetadas pelas enchentes.
Vale destacar que o índice é um termômetro econômico para empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, abrangendo 678 atividades econômicas. Além de medir os impactos econômicos das enchentes no último mês, ele permitirá avaliar o ritmo de recuperação das atividades das PMEs no estado a curto prazo.