A Rússia pretende criar um novo sistema para pagamentos transfronteiriços entre os países do BRICS. O relatório que detalha esse plano foi publicado antes de uma cúpula anual do BRICS, que será realizada de 22 a 24 de outubro.
O BRICS inclui como membros o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, bem como novos membros adicionados em janeiro: Irã, Emirados Árabes Unidos (EAU), Etiópia e Egito, de acordo com o relatório.
O documento foi preparado pelo Ministério das Finanças da Rússia, pelo Banco da Rússia e pela consultoria de Moscou Yakov & Partners.
Algumas das propostas do relatório incluem: o desenvolvimento de uma rede de bancos comerciais para realizar transações transfronteiriças em moedas locais, o estabelecimento de ligações diretas entre os bancos centrais, a criação de centros de comércio mútuo de commodities e o uso de tecnologia de registro distribuído (DLT) ou uma nova plataforma multinacional para liquidações com tokens.
Segundo o relatório, a Rússia está propondo essas mudanças para contornar o sistema financeiro global existente e tornar sua economia mais resistente a sanções internacionais. O novo sistema “protegeria seus participantes de quaisquer pressões externas, como sanções extraterritoriais”, afirma a documentação.
A Rússia vem trabalhando para reduzir sua dependência do dólar americano desde que os EUA e seus aliados congelaram os ativos estrangeiros do país e retiraram os bancos russos do sistema de mensagens financeiras Swift, após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, de acordo com a PYMNTS.
Entendendo a história
Em dezembro de 2019, foi relatado que o BRICS estava avançando em direção a um sistema de pagamento unificado. A Rússia, por outro lado, estava desenvolvendo seu próprio sistema de pagamentos como uma alternativa ao Swift, após as sanções impostas pelas nações ocidentais quando a Rússia anexou a Crimeia.
Naquela época, os países do BRICS abrigavam cerca de 40% da população mundial.
Em abril de 2022, com as sanções cortando a Rússia do sistema global, foi relatado que a Rússia pediu ao grupo BRICS para ampliar o uso de moedas nacionais e integrar os sistemas de pagamento.
Um oficial russo disse na época que os países do BRICS tinham os recursos para ajudar a conter as consequências das sanções e seus efeitos sobre o sistema monetário e financeiro internacional existente, tanto para suas próprias economias quanto para a economia global como um todo.
Fonte: PYMNTS