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Shein aumenta preço de produtos ao redor do mundo para elevar o lucro antes de IPO

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

De acordo com uma análise de estratégia de preços, a Shein aumentou os valores de alguns produtos essenciais em mais de um terço. O objetivo, segundo o levantamento, seria o de aumentar as receitas antes de seu IPO planejado.

Como parâmetro, os aumentos médios de preços da Shein superaram os de seus concorrentes H&M e Zara. Esse estudo partiu da empresa de pesquisa EDITED, sediada em Londres, que comparou os preços de 1º de junho com os do ano anterior.

Embora a Shein não divulgue dados financeiros publicamente, a Coresight Research estima que a receita da empresa atingirá US$50 bilhões este ano, um aumento de 55% em relação ao ano anterior.

Mudanças na prática dos preços

Aumentar os preços das principais linhas de roupas femininas e atrair mais marcas externas para vender em seu site podem ajudar a Shein a atingir essa meta de vendas e aumentar os lucros.

Enquanto se prepara para sua oferta pública inicial (IPO), a Shein enfrenta os custos mais altos de ser uma empresa de capital aberto e deve cumprir novos regulamentos da UE sobre plataformas online, o que pode aumentar suas despesas e pressionar as margens de lucro.

Nos Estados Unidos, o maior mercado da Shein em vendas, a empresa aumentou o preço médio dos vestidos femininos em 28% neste ano (até 1º de junho), para US$ 28,51, como mostra o gráfico abaixo.

Nos EUA, os preços da Shein sobem em todas as categorias; um vestido médio, por exemplo, agora custa US$28,50, acima dos US$22 de um ano atrás

Embora esse valor ainda esteja bem abaixo da média de um vestido H&M (US$40,97) ou de um vestido Zara (US$79,69) nos EUA, a Shein aumentou os preços em uma porcentagem maior do que seus rivais no mesmo período.

Crescimento sustentável

No site da Shein no Reino Unido, um vestido custava em média US$30,97, 15% mais do que há um ano, enquanto na França, Alemanha, Itália e Espanha o preço médio de um vestido era 36% mais caro.

Especialistas do varejo afirmam que a Shein deseja demonstrar que pode sustentar seu recente crescimento e vender mais produtos com preços mais altos antes de sua listagem na bolsa de valores.

De acordo com a Sky News, a Shein busca uma avaliação de cerca de 50 bilhões de libras em uma listagem em Londres. No entanto, a empresa não quis comentar sobre seus planos ou avaliação de IPO.

Preços maiores nos EUA

Nos EUA, o maior aumento de preços foi no calçado, com o preço médio de um par de sapatos no site da Shein subindo para US$40,7, em comparação aos US$25,3 praticados há um ano.

Os EUA representaram 28% das vendas da Shein em 2023, segundo a GlobalData, com a Alemanha e o Reino Unido sendo o segundo e terceiro maiores mercados.

A Shein também obtém receitas significativas no Brasil e no México, além de estar crescendo rapidamente em outros mercados emergentes.

Vantagem competitiva

Apesar de vender uma variedade de produtos online, a Shein tem como principal negócio a fabricação e venda de marcas próprias, em especial roupas femininas. A empresa conta com uma rede de fornecedores, em grande parte baseados na China.

O diferencial é que eles desafiam os processos de produção tradicionais ao aceitarem pequenos pedidos iniciais e aumentarem a escala conforme a demanda. A maior parte das roupas da Shein é fabricada em Guangzhou, na China, por cerca de 5.400 fornecedores.

Recentemente, a Shein mostrou a ampliação da sua plataforma de revenda, a Shein Exchange, para a Europa e Reino Unido. Na ocasião, o marketplace inicia o lançamento de um aplicativo de revenda de produtos na França.

Fonte: Reuters