A indisponibilidade de produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros aumentou pelo segundo mês consecutivo e atingiu 13,6% em junho, de acordo com o Índice de Ruptura da Neogrid. O resultado representa uma alta de 1,3 ponto percentual em relação a maio (12,3%) e reforça os efeitos de instabilidades climáticas e econômicas sobre a cadeia de abastecimento.

Alimentos considerados essenciais foram os mais impactados no período. Entre os destaques estão ovos, que alcançaram 20,7% de ruptura; leite, com 13,9%; açúcar, com 11%; e café, que subiu para 10,4%. Também registraram aumento os índices de falta de azeite (10,4%), feijão (9,5%) e arroz (9,2%).
Segundo Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid, o cenário é reflexo de um ambiente mais desafiador para o varejo, influenciado por fatores como a valorização do dólar, tensões no comércio internacional e o clima irregular em regiões produtoras do Brasil. “Esses elementos impactam diretamente a oferta, exigindo maior atenção à gestão de estoques por parte da indústria e varejo”, afirma.

A pressão no abastecimento também repercute no consumidor final. Embora haja sinais de desaceleração, os preços seguem elevados para itens básicos, o que mantém o orçamento das famílias sob restrição e o poder de compra enfraquecido.
O Índice de Ruptura da Neogrid mede a ausência de produtos nas lojas com base no mix cadastrado, independentemente da demanda ou histórico de vendas. O cálculo considera o total de itens de cada loja. Se, por exemplo, uma rede comercializa dez marcas diferentes de água mineral e uma delas estiver em falta, a ruptura do item é de 10%.
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