Logo E-Commerce Brasil

Taxação de e-commerces chineses está entre as medidas do ministro da Fazenda

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

O governo anunciará uma nova rodada de medidas que podem gerar incremento anual superior a R$ 100 bilhões aos cofres federais. Na última segunda-feira (3), Fernando Haddad, ministro da Fazenda, também citou a restrição de um benefício fiscal dado a empresas, assim como tributação das vendas de marketplaces chineses (que classificou como contrabando).

Imagem do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gesticulando um tamanho pequeno com os dedos
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, projeta que o governo perca anualmente entre R$ 7 e 8 bilhões com produtos vendidos por marketplaces chineses

Na medida de maior impacto, de R$ 85 a R$ 90 bilhões por ano, o governo vai ao Supremo Tribunal Federal para tentar restringir o uso por empresas de benefícios tributários concedidos pelos Estados em estratégia para que achatar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O objetivo é fazer com que esse incentivo só beneficie investimentos feitos pelas companhias, não incluindo despesas de custeio.

“Quando esse conceito fica em torno de custeio, qual é o sentido de uma empresa que está lucrando mais por conta de um benefício fiscal do Estado abater da sua base de cálculo dois tributos federais, não tem a menor lógica. Nós vamos restringir ao conceito de investimento”, afirmou em entrevista à GloboNews.

Taxação de marketplaces chineses

O governo deve atacar a compra pela internet de produtos importados que acabam chegando ao país sem a devida tributação. A iniciativa é planejada em meio a reclamações de varejistas locais como o que chamam de concorrência desleal de empresas como AliExpress, Shein e Shopee.

Nessa área, o ministro projeta que o governo perca anualmente entre R$ 7 e 8 bilhões com o que chamou de contrabando. “Uma empresa que tem comércio eletrônico, escamoteia aquele comércio eletrônico e faz passar por uma remessa de pessoa a pessoa para não pagar impostos… As empresas brasileiras e estrangeiras que estão sofrendo a concorrência desleal de um ou dois players mundiais estão pedindo providências à Receita”, disse, sem mencionar nomes das companhias.

O ministro não definiu prazo para apresentação das propostas. Segundo ele, a pasta ainda tem outras três medidas para lançar, mas deve aguardar o andamento da reforma tributária para que elas sejam mais bem calibradas. Duas fontes com conhecimento do assunto afirmaram à Reuters que a pasta quer fechar o cerco a empresas exportadoras que usam offshores para reduzir o pagamento de tributos.

Cobrança de quem não paga impostos

Em outro ponto, segundo as fontes, o governo avalia passar a fazer cobrança periódica de Imposto de Renda, por meio do chamado come-cotas, de fundos exclusivos de investimento, que hoje pagam o tributo apenas no momento resgate.

Na entrevista, Haddad disse que a reforma tributária buscará “cobrar de quem não paga” impostos, o que deve elevar a receita e contribuir para o cumprimento dos objetivos fiscais previstos no novo arcabouço recém-apresentado pelo governo.

O ministro disse que, para o país ficar completamente adequado ao proposto pelo arcabouço fiscal, seria necessário um incremento de receita entre 110 bilhões e 150 bilhões de reais. “Qualquer que seja o parâmetro do arcabouço para o ano que vem, (com um aumento de receita) entre 110 bilhões e 150 bilhões de reais, isso é zero déficit”, afirmou o ministro.

Redução de impostos sobre consumo

Segundo Haddad, a reforma tributária também deve contribuir para o aumento da arrecadação, na medida em que o Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) proposto pelo governo seria “muito mais à prova de sonegação” do que os impostos como estão organizados atualmente.

O ministro argumentou ainda que, por conta disso, a reforma tributária pode permitir a redução de impostos sobre consumo – que, segundo ele, são “muito altos” no Brasil – num prazo mais longo.

Fonte: CNN Brasil