Logo E-Commerce Brasil

Taxação de e-commerces chineses vira pauta nos EUA

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

Apesar da equação, na maioria das vezes, funcionar ao contrário, são os Estados Unidos que seguem o mesmo rumo do Brasil desta vez. Com larga atuação em ambos os mercados, e-commerces chineses/asiáticos passam, agora, a contar com forte vigia também de órgãos públicos norte-americanos. As informações são da agência de notícias Dow Jones.

O dossiê elaborado por Nicholas Kaufman, analista do Congresso norte-americano que pertence à uma comissão que acompanha a relação entre EUA e China, é um dos principais endossos à vista grossa do país.

EUA e China - e-commerce
(Foto: Unsplash)

O acompanhamento mais próximo do governo envolve, portanto, taxação, trabalho escravo, segurança de dados e direitos intelectuais relacionados às plataformas. De acordo com o relatório do analista, a abordagem passa a ser necessária conforme o crescimento de marcas como Shein e Temu.

Populares por preços baixos e descontos, as duas são as empresas do gênero que, recentemente, tornaram-se objeto de observação dos quesitos citados acima.

Em nota à Dow Jones, a Shein afirma levar a sério o controle da sua cadeia de produção e que por mais de uma década entrega produtos a preços acessíveis, respeitando leis e regulamentos dos países em que atua.

Constatações

De acordo com a análise de Kaufman, em congruência ao relatório do Congresso norte-americano, o pacote médio da Shein (US$ 11) é problemático. Isto porque o mesmo fica abaixo do valor de impostos de importação e tarifas sobre produtos da China.

Além disso, a falta de transparência sobre origem e produção das peças da Shein faz com que os produtos possam ir contra sanções atuais dos EUA.

“Dado o crescimento acelerado da Shein e outras plataformas no mercado de comércio eletrônico americano, o governo tem que ser vigilante para que essas empresas respeitem as leis e não recebam vantagem sobre companhias americanas”, afirma Kaufman.