Ao pensar em e-commerce, é quase automática a associação à tecnologia e a inovação da operação como um todo. Mas, nada disso seria possível sem várias mãos humanas para dar “vida” às máquinas otimizadoras de tempo, de capital e que têm a capacidade de reter cliente. Por isso, investir em e-commerce é também investir em ferramentas e recursos inovadores que possibilitem um trabalho de excelência. Prova disso é um dado das previsões do IDC Brasil, que aponta que 71% do setor manufatureiro na América Latina considera a tecnologia como o fator mais relevante para enfrentar a nova economia.
Para premiar os melhores profissionais do ano do comércio eletrônico brasileiro pelo Prêmio E-Commerce Brasil 2021, exibido na última sexta-feira, 4, em nosso canal no YouTube, a redação do ECBR conversou com os finalistas da categoria “Tecnologia e Inovação” e questionou quais serão as tendências e os desafios do setor a partir de 2022. Entre os pontos mais levantados, a governança foi a mais citada. Ou seja, segundo eles, quem souber administrar as tecnologias oferecidas pelo mercado para conseguir proporcionar uma experiência de compra impecável ao cliente deverá sair na frente.
Ana Pio, especialista em e-commerce na SAP, afirmou que “as organizações estão buscando soluções para otimizar recursos de TI, soluções de engajamento com os clientes, soluções extração de dados, fornecidos por esse próprio cliente e em conformidade com a LGPD”. “O desafio, ao meu ver, é como as empresas de tecnologia vão prover esse parque de soluções e se diferenciar do mercado.”
A preocupação de Pio faz sentido, já que a demanda por soluções satisfatórias, tanto para a otimização do tempo do time, quanto para uma jornada melhor para o cliente, é grande e envolve todos os processos da compra do consumidor — o que deixa a tarefa ainda mais desafiadora. Ainda mais, se for considerado que além de toda essa transformação e digitalização, chegaram novos entrantes, pessoas que antes não confiavam na tecnologia e se sentiram obrigadas a tentar usar o meio digital após esse “boom” do e-commerce, impulsionado pela pandemia da Covid-19.
Alan Chusid, fundador da Spin Pay, comentou sobre essa penetração. “Eu falo muito pelos meus avós, por exemplo, que não usavam canais digitais e passaram a ter confiança, saber que eles podem comprar, que é seguro, que vão receber a mercadoria, que a experiência é super simples, que não tem mais a fila da loja, que pode trocar. Acho que a tendência que se consolidou, chovendo um pouco no molhado, é a tendência do e-commerce de fato, esse mundo de compras online, que veio para ficar, evoluir e se desenvolver.”
Chusid complementa falando sobre um dos processos que mais gera angústia no mercado, o checkout, e garante que a transformação para os meios de pagamento está encaminhada. “Sem dúvida, a gente vai ver aí nos próximos cinco anos coisas realmente incríveis acontecendo e esse é o meu desafio para contribuir na transformação do ecossistema”, disse ele, incluindo a Spin Pay como um agente que deve fazer ainda mais a diferença em relação à experiência de compra do cliente.
Gestão da tecnologia
Carlos Alves, CTO da Riachuelo, tocou em outro ponto interessante: o da gestão. Para ele, o desafio é entender realmente onde o time deve colocar suas forças. “Acho que um grande desafio é o de governança daquilo que realmente faz sentido ser executado. Porque tudo é possível dentro da tecnologia, a questão é você fazer um bom alinhamento de vontade com geração de valor, seja para o acionista, seja para o cliente e para toda a cadeia.”
A questão é: ter tecnologias à disposição do mercado, não significa que elas irão otimizar os processos. Pelo menos não sem que haja uma orientação, um treinamento de capacitação da equipe e mudanças no processo da empresa como um todo.
Jonas Ferreira, do Grupo Avenida, acredita que o que estamos vivenciando hoje, ainda é o começo do que vai gerar essa “grande transformação digital”. “Ela passa pela utilização de ferramentas novas à mudanças de processos nas empresas. Mas tudo sendo provocado pela mudança do consumidor.”
Contando que a maioria dos e-commerce registrados no Brasil são pequenos empreendedores, para Willians Marques, Diretor Geral da Localweb, acredita que o grande desafio da área de tecnologia será tornar essas soluções simples para que essas pequenas empresas tenham o domínio das inovações. “Como a gente simplifica o e-commerce para aquela empresa tradicional, de rua, aquele empresário do mundo offline, mas que não tem como ficar fora das vendas online?”, provocou.
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Por Paola Cecchi, da redação do E-Commerce Brasil