Dois anos após seu lançamento, a Temu superou o eBay e se tornou o segundo e-commerce mais visitado do mundo. A gigante asiática é a única empresa de comércio eletrônico, na lista dos 20 sites mais visitados, que foi lançada na última década.
Os gigantes globais do comércio eletrônico estão bem estabelecidos e quem segue no topo não muda significativamente há anos. Porém, um ponto de atenção é o crescimento da rival Shein.
A ascensão asiática
Segundo o Marketplace Pulse, ninguém mais teve a ambição e o capital para construir uma varejista do zero e alcançar bilhões de dólares em dois anos. Apesar da empresa receber pouco tráfego orgânico, ela compra centenas de milhões de visitas por meio de anúncios.
Pelo fato de nunca ter acontecido algo semelhante no varejo, a ascensão da Temu chama ainda mais atenção. De acordo com dados da SimilarWeb, o site da Temu recebe quase 700 milhões de visitas mensais. Apenas ¼ são visitas dos EUA, sendo que a Temu opera em 79 países.
Para comparação, o site da Amazon atrai 2,7 bilhões de visitas, quase todas de usuários nos EUA. Embora inicialmente a empresa asiática tenha vendido apenas nos EUA, a Temu agora é um varejista global, e os EUA representam apenas uma pequena parte.
A meta de vendas da empresa é US$ 60 bilhões para 2024, um valor menor que a da Amazon; porém, informes na China sugerem que a Temu pretende se tornar a segunda maior nos EUA e a número um na Europa.
Poucas semanas após seu lançamento, em setembro de 2022, a Temu se tornou o aplicativo de compras mais baixado nos EUA; e desde então, tem mantido a primeira posição todos os dias por quase dois anos. Agora, ocupa o primeiro lugar na maioria dos países em que opera.
Um risco que valeu a pena
A Temu chegou a 700 milhões de visitas mensais com uma estratégia que tinha um prazo de validade, por conta de uma aposta não lucrativa e exposição a riscos regulatórios, segundo o Marketplace Pulse.
Quando foi lançada, a empresa era um marketplace de produtos ultra baratos direto da China. Porém, atualmente, 20% das vendas da Temu nos EUA já vêm de armazéns locais no país, relatou o The Information – e os preços são apenas um pouco mais baixos que os da Amazon.
A maioria das vendas da Temu ocorre no aplicativo, portanto o tráfego da web é apenas uma parte da história. Muitos outros gigantes do e-commerce, especialmente na China, recebem pouco tráfego na web, de modo que o status da Temu como o segundo site de e-commerce mais visitado não a torna o segundo maior varejista online.
Tráfego na web e downloads de aplicativos não são sinônimos de receita ou lucro, mas revelam o desejo da empresa. Agora que a Temu cresceu, ela está modificando sua premissa de vendas.