Um dos grande desafios das empresas é reduzir as fricções na experiência de compra, a ponto de torná-las praticamente imperceptíveis. A consequência em obter sucesso nessa etapa, de acordo com Vinicius Nunes, é ter a transação invisível como uma aliada nas vendas. Você pode até pensar: “bom, basta armazenar dados do cartão da pessoa e usar automaticamente na próxima compra”. Entretanto, o Líder de Produtos para e-commerce para a América Latina na Adyen Brasil, garante: “É uma responsabilidade enorme para o comerciante armazenar esses dados. Afinal, o há um risco diante das diversas regras de segurança e, claro, de vazamento desses dados no negócio”. Aqui, portanto, Nunes recomenda a tokenização como tecnologia de armazenamento — e que serve de base aos pagamentos invisíveis e sem fricção.
A segurança da tokenização
No meios de pagamentos, a tokenização é um processo onde um números de cartão são substituídos por outros, gerados de forma segura e única para cada estabelecimento comercial. Ou seja, o sistema adiciona uma camada a mais de segurança e reduz as ameaças de fraudes (enquanto o PIN fica armazenado em outro lugar, seguindo as regras e protocolos de segurança).
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Na primeira compra, o pagador insere todos os dados de segurança, que são armazenados de forma segura. Na segunda compra, o vendedor permite oferecer uma maneira mais simples de pagamento para o comprador (também conhecida por one click pay).
O lojista, portanto, consegue explorar o fluxo para uma forma mais transparente e ágil ao consumidor. “Eu posso aumentar minha taxa de conversão em até 6 pontos percentuais. Ou seja, é um número grande, que deve ser explorado pelos estabelecimentos”, disse Nunes. A tokenização serve para os comerciantes explorarem os pagamentos recorrentes. Ou seja, sai do tradicional, dinheiro, senha, etc, e vai para o automático/invisível — um exemplo seria uma viagem por aplicativo, onde o pagamento da corrida do usuário é feito automaticamente, de forma amigável e sem fricção.
Outra oportunidade da tokenização, segundo Nunes, é a possibilidade de mudar as tradicionais “assinaturas” — onde o cliente paga os boletos mensais. “Caso haja uma troca no cartão da pessoa, por exemplo, esse novo número é atualizado, o token permanece o mesmo e o lojista não precisa atualizar nada, como cadastros, etc. Tudo ocorre de forma invisível, tanto para o lojista como para o consumidor”, garantiu.
Futuro dos pagamentos invisíveis
Nos últimos anos, os smartphones se tornaram ferramentas de compras. Para os próximos anos, no entanto, uma geladeira combinará fatores e tecnologias e perceberá que está acabando um produto. “Neste caso, o próprio eletrodoméstico fará a compra automaticamente no mercado”, concluiu.
Por Giuliano Gonçalves, da redação do E-Commerce Brasil.