Se em novembro o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) mostrou um avanço tímido das vendas, pode-se dizer que dezembro foi mais positivo. Isso porque as vendas apresentaram um crescimento de 1,1% (descontando a inflação) em comparação com o mesmo mês de 2022. Em termos nominais, refletindo a receita de vendas observada pelos varejistas, o aumento foi de 4,3%.
Durante o mês, marcado pela relevância do Natal para o setor, os macrossetores de Bens Não Duráveis e Bens Duráveis e Semiduráveis tiveram crescimentos de 2,3% e 0,9%, respectivamente. Supermercados e Hipermercados se destacaram no segmento de Bens Não Duráveis, enquanto Óticas e Joalherias foram os protagonistas em Bens Duráveis e Semiduráveis. O macrossetor de Serviços, entretanto, registrou uma queda de 2,5%, principalmente devido à diminuição nas vendas de Bares e Restaurantes.
Vendas online
No cenário do e-commerce, as vendas online cresceram 4,0% em termos nominais em dezembro, enquanto as vendas presenciais apresentaram um aumento de 4,4% em comparação com o mesmo mês de 2022.
Calendário afetou as vendas
Efeitos de calendário impactaram negativamente o varejo em dezembro, com uma quinta-feira a menos e um domingo a mais, este último caracterizado por menor movimento comercial em comparação com o mesmo mês de 2022.
Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, observou que, apesar da deflação em setores-chave como Supermercados e Hipermercados e Móveis, Eletro e Depto — que contribuíram significativamente para o crescimento —, o resultado poderia ter sido mais positivo se o dia 24 não tivesse coincidido com um domingo. Esse fator afetou especialmente as lojas de rua, muitas das quais operam parcialmente ou nem abrem no domingo.
A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), teve uma alta de 0,40% em dezembro, com o grupo de transportes e passagens aéreas como principais impulsionadores.
Ao ponderar o IPCA e o IPCA-15 pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses até dezembro foi de 3,2%.
Vendas por regiões
Em termos regionais, considerando o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, as regiões apresentaram os seguintes resultados em comparação com dezembro de 2022:
– Nordeste (+2,6%);
– Sudeste (+2,4%);
– Sul (+2,2%);
– Norte (+2,0%);
– e Centro-Oeste (+0,8%).
No ICVA nominal, desconsiderando o desconto da inflação e com ajuste de calendário, os resultados foram:
– Sudeste (+6,3%);
– Nordeste (+4,5%);
– Sul (+4,5%);
– Norte (+4,4%);
– e Centro-Oeste (+3,7%).
Vendas por período
No último trimestre de 2023, as vendas caíram 0,7%, descontada a inflação, em relação ao mesmo trimestre de 2022, enquanto em termos nominais houve crescimento de 2,6%. Considerando o segundo semestre de 2023, o faturamento do varejo, descontada a inflação, registrou uma queda de 1,0% em relação ao mesmo período de 2022, com uma alta de 2,2% em termos nominais.
Já no resultado anual, considerando o ano de 2023 como um todo, o varejo apresentou uma redução de 0,6% em termos deflacionados e um crescimento de 3,5% em termos nominais em comparação com 2022.