Com mais de 10 mil lojas ao redor do mundo, o Walmart está cada vez mais omnichannel ao perceber o rápido crescimento do seu e-commerce. Para Doug McMillon, CEO da empresa, o Walmart de hoje tem pouca semelhança com o Walmart em que ele começou a trabalhar quando adolescente. “Temos um negócio que está se tornando cada vez mais digital. A questão do comércio eletrônico, first party, third party, está crescendo e nos dá a oportunidade de ampliar a receita de publicidade”. Esta afirmativa de McMillon foi dada a analistas e investidores na teleconferência de resultados da empresa nesta última quinta-feira (17/02).
O poder do omnichannel
Por falar na publicidade do gigante do varejo (ou Walmart Connect), tal iniciativa relativamente nova cresceu e respondeu por US$ 2 bilhões à empresa — e deve desempenhar um papel ainda maior no futuro. “O número de anunciantes ativos usando o Walmart connect cresceu mais de 130% ano a ano, e cerca de metade das vendas de anúncios vieram de canais automatizados no quarto trimestre. Ou seja, mais que o dobro do ano passado”, disse o CFO Brett Biggs. E completou: “Esperamos que o Walmart Connect continue a crescer nos próximos anos, com planos de se tornar um dos 10 principais negócios de publicidade no médio prazo”.
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Enquanto as vendas de anúncios estão crescendo rapidamente, Biggs enfatizou o fato de que esse negócio em expansão é um reflexo da crescente oferta omnichannel da empresa. “O crescimento do mercado de comércio eletrônico e o [Walmart Fulfillment Service] tem sido uma prioridade nos últimos dois anos. Afinal, investimos para expandir a capacidade de atendimento, introduzir novos serviços para vendedores e dobrar o número de itens disponíveis para os clientes”. Segundo ele, o Walmart terá mais de 200 milhões de itens disponíveis online até o final do ano.
Números são importantes
O Walmart relatou um crescimento de vendas líquidas no quarto trimestre de 7,6% e um crescimento de lucro ajustado de 9,3% (que exclui seus desinvestimentos no Japão e no Reino Unido). Porém, não detalhou os números mais recentes de assinantes de seu serviço Walmart +. “Eu realmente não quero que a empresa seja definida por uma métrica”, disse McMillon em resposta à uma pergunta sobre os níveis de assinatura. “O Walmart+ é importante, pois nos ajuda a expandir nossos negócios de comércio eletrônico. Aliás, também nos ajuda a aprofundar o relacionamento com os clientes e a ter mais dados. Em algum momento provavelmente falaremos sobre esse número”.
À medida que a transformação omnichannel do Walmart se desenrola, McMillon apontou que haverá momentos em que o comércio eletrônico crescerá mais rápido do que as lojas e — como tem sido o caso ultimamente — períodos em que as lojas serão atraentes.
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Segundo dados da Nielsen, o aumento nos custos dos alimentos elevarou a participação do Walmart no mercado de supermercados em um valor não especificado. Isso ocorre, aliás, juntamente com força adicional no quarto trimestre nas categorias de saúde e bem-estar, vestuário, sazonal e automotiva. “Nossa empresa é cerca de 17% maior em termos de receita e 31% maior em termos de receita operacional. Globalmente, nossa porcentagem de vendas digitais cresceu de 6% para 13%”, disse McMillon. Parte desse crescimento é devido à adição de mais de 20 mil novos vendedores em sua plataforma nos EUA no ano passado — com mais 40 mil aguardando para ingressar este ano.
Um mergulho digital mais profundo
Como resultado, o valor bruto de mercadoria (GMV) do Walmart entregue por seus serviços de atendimento aumentou 500% no ano passado. O varejista, segundo McMillon, está cada vez mais digital e espera que o “crescimento robusto continue este ano”. Isso ocorrerá à medida em que a empresa adicionar mais capacidade. Estima-se que será por meio de um comprometimento de despesas de capital próximo a 3% das vendas, ou aproximadamente US$ 17 bilhões.
Vale ressaltar que seu recém-lançado serviço de entrega de última milha, o Walmart Go Local, também está começando a crescer. O incremento ocorre por meio de sua plataforma Spark Driver — atualmente tem cerca de 1.000 pontos de coleta e planeja aumentar para 5.000 até o final do ano. “É bom para os sellers, clientes e para nós. Afinal, reduzimos o custo por pedido ao aumentar o tamanho combinado (do pedido) e a densidade de rotas”, disse o CEO.
Em última análise, trata-se de trazer mais clientes, vendedores e fornecedores para o ecossistema do Walmart para monetizar esses relacionamentos. Isso se dará por meio de vendas de anúncios, produtos de serviços financeiros, saúde ou alimentos.
Para o novo Walmart omnichannel, McMillon disse que priorizar a conveniência do cliente é fundamental. “Nossas lojas se tornaram híbridas, pois também funcionam como centros de atendimento”, disse. Para tanto, observou-se um aumento de 170% no número de pedidos vindos das lojas no ano passado — além de mais de 500% em relação ao ano anterior. “Ter um estoque próximo de tantos clientes é, definitivamente, uma vantagem competitiva”, encerrou McMillon.
Fonte: PYMNTS