2025 começou com o dólar acima dos R$ 6 e, como sempre, um monte de gente desesperada, se perguntando se ainda faz sentido importar. A verdade é que o câmbio impacta o custo, sim, mas isso não significa que importar deixou de ser essencial.

Se você tem um e-commerce ou depende de produtos importados, a pergunta certa não é “será que vale a pena importar?”, mas sim “como eu me adapto para continuar lucrando?”. Vamos direto ao ponto: entender os impactos, traçar estratégias e agir antes que o mercado te engula.
O Brasil importa porque precisa, não porque quer
Se você acha que o Brasil tem escolha quando se trata de importação, pode esquecer. Diferentemente de uma viagem internacional, que pode ser adiada, o varejo brasileiro precisa de importação para sobreviver. O país é especialista em exportar soja, café e minério, mas quando se trata de produtos industrializados, estamos na mão de outros mercados.
Essa dependência não foi criada agora. O Brasil vem se desindustrializando há anos. Hoje, eletrônicos, vestuário, utensílios domésticos e até insumos industriais são, em grande parte, importados. Mesmo o que é “fabricado aqui” tem componentes estrangeiros.
Ou seja, com dólar alto ou baixo, a importação continua sendo necessária. O que muda é como cada empresa se adapta ao novo cenário.
Impactos diretos da alta do dólar no e-commerce
Se sua operação depende de importação, o dólar nas alturas significa duas coisas: seus custos vão subir e sua margem vai apertar. Mas o impacto real vai depender de como você gerencia isso.
Aumento do custo dos produtos
Óbvio. Dólar alto significa produtos mais caros. E não para por aí: frete internacional, taxas alfandegárias e até custos logísticos internos sobem junto. Quem não tem planejamento vai ver sua margem evaporar.
Agora, se você trabalha com estoque e comprou quando o dólar estava mais baixo, ainda tem uma vantagem temporária sobre quem precisa renovar agora. Mas a pergunta é: e depois?
Pressão sobre a margem de lucro
Se você trabalha no e-commerce, já sabe que margem de lucro está cada vez mais apertada. Concorrência, anúncios pagos e marketplaces comendo boa parte da receita já eram desafios. Agora, com produtos mais caros, a pressão aumenta.
Ou você ajusta sua precificação e estratégias, ou seu lucro vai pro espaço.
Estratégia de estoque e precificação
Agora não dá mais para comprar de qualquer jeito. Quem planeja estoque em momentos de queda do dólar sai na frente. Quem negocia melhor com fornecedores também.
E se o seu nicho permitir, diversificar produtos pode ser uma boa saída. Algumas categorias absorvem melhor o aumento de preços, outras não. Se o seu mix de produtos for engessado, você vai ter problema.
A importação continua sendo essencial para o e-commerce?
Dólar alto ou não, importar continua sendo a única forma de manter preços competitivos no e-commerce. Não acredita? Então olha isso:
Quem só vende produto nacional tem menos variedade e paga mais caro.
Quem revende de distribuidores locais já recebe o preço inflacionado.
Quem importa diretamente consegue ter mais controle sobre custos e margens.
E, nos marketplaces, a diferença entre importar ou não pode definir se você vai ter lucro ou prejuízo. Quem não importa fica refém de preços mais altos e perde competitividade.
O novo paradigma: importar para sobreviver
Antigamente, importar era diferencial. Agora, é questão de sobrevivência.
Lojistas que não importam enfrentam três problemas sérios:
– Margens menores por revender produtos nacionais mais caros.
– Dificuldade para competir em categorias dominadas por importados.
– Dependência de distribuidores que também sofrem com a alta do dólar.
O resultado? Quem não importa logo percebe que o negócio não fecha mais a conta.
Estratégias para minimizar o impacto da alta do dólar na importação
Reclamar do dólar não resolve nada. O que resolve é estratégia. Aqui estão algumas ações que fazem a diferença:
Diversificação de fornecedores – a China ainda domina, mas países como Vietnã, Índia e México estão ganhando espaço. Dependendo do seu nicho, pode valer a pena testar novas origens.
Planejamento de estoque – comprar quando o dólar cai pode fazer toda a diferença no seu custo final. Quem tem fluxo de caixa e visão de mercado sai na frente.
– Ajuste de precificação – se o dólar subiu, sua precificação tem que acompanhar. Isso pode envolver reavaliar categorias de produtos, criar pacotes promocionais e reduzir custos logísticos.
Alternativas de financiamento – algumas empresas fazem hedge cambial ou usam formas de pagamento que reduzem o impacto das oscilações do dólar. Não é para todo mundo, mas vale avaliar.
Dólar alto? Sim. Importação inviável? Nem de longe.
O Brasil depende de importação e o e-commerce também. Quem ignora isso está cavando a própria cova no mercado digital.
O jogo não mudou. Enquanto alguns ficam lamentando o dólar a R$ 6, outros estão ajustando suas estratégias e encontrando novas oportunidades.
Se você quer continuar competitivo, precisa agir agora. Planeje melhor suas compras, otimize sua precificação e, acima de tudo, pare de achar que importar é opcional. Porque não é.
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