Em um país de tamanho continental, com centros urbanos congestionados, sempre esteve clara a noção de que havia espaço para mais eficiência na logística brasileira. Contudo, a necessidade de modernização e automação ficou ainda mais explícita com a pandemia da Covid-19. Ela pressionou a logística de e-commerces, mercados, farmácias e de todos os outros negócios essenciais para a população. Com aumento da demanda e operações limitadas pelas necessidades de distanciamento social, muitos varejistas sofreram críticas pelo não cumprimento de prazos de entrega ou pelo desabastecimento pontual de determinados produtos, recebendo o impacto em seus canais de comunicação com o consumidor e em sua reputação.
Contudo, se engana quem imagina que varejistas voltarão aos velhos moldes após a reabertura. Em primeiro lugar porque o hábito de comprar online deve se manter. Afinal, muita gente que era resistente ao e-commerce foi forçada a experimentar o modelo — e não só se adaptou, como gostou da conveniência. Em segundo lugar, especialistas relatam que, de tempos em tempos, a humanidade passará por experiências semelhantes a que estamos enfrentando nos dias de hoje com o coronavírus e o isolamento será sempre a melhor medida de segurança. Com isso, as compras novamente estarão limitadas ao digital. Apesar de os estudos e testes estarem avançando, a própria vacina contra a Covid-19 ainda não tem uma data certa para chegar. E, enquanto isso não acontecer, novos períodos de confinamento podem ser necessários.
A este cenário, adiciona-se o fato de que o consumidor está mais exigente e espera entregas cada vez mais rápidas e baratas. Lojas que se destacarem neste quesito sairão na frente da concorrência. Para isso, é imprescindível uma operação mais eficiente, baseada em dados, previsibilidade e na capacidade de saber onde uma mercadoria está em tempo real. Isso é possível por meio de um combo infalível que conecta pessoas e objetos: produtos identificados por códigos RFID e equipes munidas por scanners manuais, smartphones e tablets corporativos. Essas soluções de automação móveis garantem fluxos mais precisos ao oferecem todas as informações que o time precisa para fazer seu trabalho em uma tela, com um sistema operacional amigável e muito parecido com os de smartphones pessoais.
Com um sistema logístico baseado na visibilidade em tempo real, o trabalho de tomadores de decisão fica mais fácil e certeiro. Ao receber um pedido, o varejista tem certeza de que aquele produto está em estoque. Ele sabe sua localização exata e sua equipe precisa de pouco tempo e movimentos para despachar o pacote. Outro importante benefício dessas soluções é contribuir para o distanciamento social. Ao oferecer insumos para o planejamento e a execução de ações precisas, elas possibilitam distribuir melhor a equipe pelo espaço físico. Além disso, a tecnologia de beacons, por exemplo, pode mandar alertas quando dois colegas estiverem mais próximos do que o recomendado.
Assim, a tendência das soluções de automação móveis — que já florescia antes da pandemia — deve ganhar ainda mais espaço nos próximos anos. Com elas, varejistas não precisarão mais escolher entre estoques imensos ou enxutos. Isso porque tomarão suas decisões baseadas em dados concretos, apresentados por um sistema inteligente, sobre a demanda de cada produto. Com fluxos e tomadas de decisão mais rápidos e assertivos, esses negócios estarão preparados para reagir rapidamente a situações inesperadas, garantindo atendimento de qualidade ininterrupto ao seu cliente.