A agenda ESG (sigla em inglês para definir os princípios ambiental, social e de governança) é uma das prioridades nas empresas em 2022. Portanto, a meta do ano é avançar na adoção de práticas que comprovem o envolvimento nestas áreas. Implementar estes princípios, contudo, não é tão simples, mas o alto comando das empresas pode contar com a ajuda de entidades setoriais e iniciativas organizadas nesta tarefa. Essas, aliás, já vêm estimulando as boas práticas e criando parâmetros para ajudar as corporações neste sentido.
Tal movimento é visto com muito bons olhos, além de ser considerado essencial pelo mercado. Afinal, tem um caráter de autorregulação e define padrões, ou mesmo parâmetros comuns, a serem seguidos pelas empresas no desafio de incorporar os compromissos ESG.
Há uma enormidade de indicadores de sustentabilidade disponíveis, e grandes corporações mais familiarizadas com o tema chegam a produzir seus próprios índices. Isso ocorre de modo que nas entidades e nas iniciativas organizadas é possível convergir todo este conteúdo em algo mais consolidado e organizado. Ou seja, pode servir de referência especialmente para as empresas que estão engatinhando nesta agenda.
Inicialmente, o assunto ESG foi tratado com mais importância em entidades ligadas ao mercado financeiro. Afinal, investidores estavam muito mais atentos a isso, uma vez que empresas com boas práticas sustentáveis são muito mais atrativas e oferecem bem menos riscos ao capital aportado.
Atualmente, a sustentabilidade é uma exigência para qualquer setor, como o de transportes e logística. Esses setores, por exemplo, têm como atividade principal a movimentação de cargas — incluindo as encomendas do e-commerce — por diferentes modais. Portanto, buscam constantemente aprimorar suas práticas e estabelecer cada vez mais eficiência em suas operações.
Nesta direção há o PLVB (Programa de Logística Verde Brasil), iniciativa estratégica formada por um grupo de empresas privadas comprometidas com a responsabilidade socioambiental. O PLVB cumpre o papel de convergir informações, criar padrões e ajudar transportadoras e operadores logísticos a atuarem com base nas melhores práticas.
Iniciado em 2016, o programa criou uma agenda focada em aperfeiçoar a eficiência e a sustentabilidade na cadeia logística, especialmente no modal rodoviário. Isso se deu através de atividades que compartilham conhecimentos entre as empresas, a fim de que todas atinjam o mesmo objetivo de reduzir a intensidade das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.
Este é um dos principais desafios da logística no e-commerce, cada vez mais demanda pelo crescimento das vendas na internet e das entregas em áreas urbanas. Não à toa que corporações em geral relacionadas ao comércio eletrônico de todo o mundo estão preocupadas em minimizar as emissões de CO² e seus efeitos sobre o clima e sociedade.
Resultados destes esforços já são observados em transportadoras e operadores logísticos no Brasil. Cada vez mais conscientes dos impactos ambientais de suas atividades, estão empenhados em encontrar soluções que reduzam ou neutralizem suas pegadas de carbono.
O uso de veículos elétricos ou bicombustíveis (movidos a diesel e a gás natural veicular, este último combustível muito menos poluente) é uma de várias soluções implementadas pelas empresas do setor. Sistemas homologados por consultorias especializadas medem exatamente a quantidade de CO² que deixou de ser emitida, contabilizando em números os ganhos de eficiência.
Além disso existe a operação apoiada em modelos logísticos inovadores, como é o caso das soluções OOH (Out Of Home). No caso, incluem os lockers e os pontos Pick up drop off (PUDOS), que também colaboram com a diminuição das emissões das transportadoras.
Exemplos como esses representam algumas das iniciativas mais sustentáveis adotadas pelo setor — e que podem ser compartilhadas e passadas adiante em fóruns de corporações. Com este tipo de medida no radar das empresas, toda ajuda é bem-vinda. E um bom exemplo são as entidades e iniciativas organizadas, que buscam a mais rápida adequação da agenda ESG nas organizações.