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Atacarejos e omnichannel redefinem o mercado B2C e promovem uma revolução no varejo brasileiro

Por: Rafael Gouvea

Fundador e CEO da Neppo

É fundador e CEO da Neppo, empresa brasileira de tecnologia especializada no atendimento e na comunicação digital. Formado em Ciência da Computação pelo Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) e Mestre em Administração de Negócios (MBA) com ênfase em TI pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rafael tem vasto conhecimento em áreas como administração, comercial e relacionamento com o cliente, promovendo a transformação dos resultados das empresas e a experiência dos clientes por meio de soluções que permitem gerar uma experiência integrada em vendas, atendimento e SAC, por meio da integração de canais em um só lugar e criação de chatbots, IAs e automações que permitem uma maior agilidade e efetividade das operações.

Os últimos anos foram de muita adaptação e inovação para o varejo brasileiro. Encarando uma transformação profunda a partir de 2020, o setor precisou se reinventar e evoluir durante a pandemia. Esse período resultou em um grande aumento nas vendas diretas entre empresas e consumidores finais, revelando novas e valiosas oportunidades. Dois fatores foram fundamentais nesse cenário e continuaram a influenciar o setor como um todo: o crescimento dos “atacarejos” e a adoção de soluções omnicanal. Essas tendências não apenas alteraram o comportamento de compra dos consumidores, mas também redefiniram as estratégias de negócios das empresas.

Veja como os atacarejos e a omnicanalidade estão transformando o varejo brasileiro e redefinindo estratégias de negócios.

A começar, os “atacarejos”, uma combinação de atacado e varejo, têm se destacado como uma das principais forças no setor de varejo. Esse formato oferece preços competitivos e um modelo de autoatendimento que atrai tanto consumidores finais quanto pequenos comerciantes. Segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), o segmento de atacarejo cresceu 15% em 2022, superando outras modalidades de varejo tradicional.

De acordo com a pesquisa Transformação Digital 2024 da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), os investimentos em transformação digital das empresas são destinados principalmente a áreas voltadas para os clientes. Entre as empresas entrevistadas, 48% planejam investir mais em 2024 do que no ano anterior. As principais áreas de investimento incluem e-commerce (69%), CRM (69%) e omnicanalidade (65%). Elas se mostram essenciais para a transformação digital e superam outros pilares importantes como marketing (58%), dados (62%), inteligência artificial (42%) e infraestrutura (54%).

Crescimento dos atacarejos

Vale registrar que esse crescimento é impulsionado por vários fatores. Primeiro, os consumidores estão cada vez mais conscientes do valor e buscam economizar em suas compras, fazendo o movimento de pesquisa online em detrimento de lojas físicas. Em segundo lugar, a praticidade de fazer compras em grande volume a preços mais baixos atrai pequenos comerciantes que buscam reabastecer seus estoques. Por fim, a expansão geográfica dos atacarejos, com novas lojas sendo abertas em áreas urbanas e rurais, aumenta o acesso a esses serviços.

Paralelamente ao crescimento dos atacarejos, as soluções omnichannel têm ganhado destaque no setor de varejo. A omnicanalidade integra diferentes canais de vendas e comunicação, proporcionando uma experiência de compra fluida e unificada para os consumidores. Com a pandemia de Covid-19 acelerando a digitalização, muitas empresas adotaram rapidamente estratégias omnichannel para atender às demandas dos consumidores que buscam conveniência e segurança.

A adoção de soluções omnicanal

Dados da Ebit|Nielsen indicam que o e-commerce brasileiro cresceu 27% em 2021, com a omnicanalidade desempenhando um papel crucial nesse aumento. As empresas que adotaram soluções omnichannel, como a integração de lojas físicas com plataformas online, click-and-collect e atendimento via redes sociais, observaram um aumento significativo nas vendas e na satisfação do cliente.

É importante destacar que o que torna essa transformação ainda mais interessante é a convergência entre os atacarejos e as soluções omnichannel. Muitas redes de atacarejo estão investindo em tecnologias digitais para melhorar a experiência de compra. Por exemplo, plataformas de e-commerce específicas para atacado permitem que pequenos comerciantes façam pedidos online e retirem os produtos na loja, economizando tempo e otimizando o processo de reabastecimento.

Além disso, a implementação de programas de fidelidade e aplicativos móveis facilita o acesso a promoções e descontos exclusivos, incentivando uma fidelização do cliente. Essas iniciativas não só aumentam a conveniência para os consumidores, mas também proporcionam às empresas dados valiosos sobre os hábitos de compra, permitindo uma personalização maior e uma gestão de estoque mais eficiente.

Por outro lado, apesar desses benefícios, a implementação de estratégias omnicanal e a expansão dos atacarejos apresentam desafios importantes. A integração de sistemas de TI, a gestão eficiente de logística e a necessidade de treinamento de funcionários são alguns dos obstáculos sobre os quais as empresas precisam estar bem atentas. Além disso, a competição acirrada exige inovação constante para manter a relevância no mercado.

No entanto, evidentemente, as oportunidades geradas superam esses desafios. Empresas que conseguem oferecer uma experiência de compra unificada e conveniente, somada a preços competitivos, estão bem posicionadas para capturar uma fatia maior do mercado. A combinação de atacarejo e omnicanalidade não apenas atende às necessidades dos consumidores modernos, mas também impulsiona a eficiência operacional e a lucratividade.