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Capital de giro para e-commerce: como gerir corretamente? Cinco dicas!

Por: Dani Zeidan

Atua na Zoop como Business Development & Relationship Manager Leader. Possui atuação nas áreas de Relacionamento, Marketing e Comercial. Sua carreira foi construída em empresas de médio e grande porte nos setores de Telecom, Tecnologia, E-commerce, Meios de Pagamento e Financeiro.

Capital de giro pode ser definido como um valor utilizado para arcar com os compromissos financeiros de uma empresa até o recebimento das receitas.

Explicando de outro modo, é uma quantia que o negócio precisa ter disponível, e que seja suficiente, para pagar todas as contas e despesas até que os valores provenientes das vendas estejam disponíveis para uso.

A ideia com esse montante é, entre outras aplicações, não precisar recorrer a empréstimos ou financiamentos em momentos nos quais a lucratividade é menor do que os custos para manter a companhia funcionando.

O capital de giro ajuda a manter os compromissos financeiros em dia. Confira a importância desse recurso e cinco dicas de como fazer essa gestão.

Em um e-commerce, por exemplo, sabemos que as datas comemorativas geram rendimento extra. Todavia, há meses do ano em que o faturamento cai consideravelmente, e é justamente para esses períodos que os gestores precisam ter uma quantia disponível para garantir a saúde financeira do negócio.

Mas qual seria a maneira mais indicada de realizar esse tipo de gerenciamento? Por quais outros motivos ele é tão importante? Isso é o mesmo que gestão de fluxo de caixa?

Essas e outras respostas sobre esse tema serão respondidas agora. Por isso, siga a leitura e confira!

O que é capital de giro?

O capital de giro para empresas é o valor necessário para suprir todas as despesas de um negócio, especialmente quando não há rentabilidade suficiente para arcar com os compromissos financeiros.

Para o entendimento sobre esse conceito ficar mais claro, imagine o seguinte cenário: após passar por um período de datas sazonais intensas, que elevaram o volume das vendas do seu e-commerce, a exemplo da Black Friday e do Natal, você precisa enfrentar os meses mais críticos para o varejo, como janeiro e fevereiro.

Ainda que a quantidade de vendas diminua nessas épocas do ano e, consequentemente, a rentabilidade do negócio, há uma série de despesas que precisam ser pagas, tanto fixas quanto variáveis.

Quanto a isso, é preciso considerar que é necessário arcar com obrigações financeiras tais como:

– salário de funcionários;
– tributos e impostos relacionados ao CNPJ;
– contratos com fornecedores;
– mensalidade da plataforma pagamentos online utilizada;
– energia elétrica;
– internet, entre várias outras despesas.

Mas como fazer isso se as vendas do mês não geram a quantia suficiente? Com o capital de giro do seu e-commerce!

Outros exemplos do uso do capital de giro

Aqui, é fundamental você ter em mente que essa questão de períodos de baixa de vendas foi apenas um exemplo da importância de ter essa quantia à disposição do seu negócio e de quando ela pode ser utilizada.

Outra aplicação do capital de giro é quando o e-commerce está começando as atividades. Até que o negócio alcance público e um bom ritmo de vendas, é essencial ter um montante para arcar com os gastos necessários para manter seu funcionamento.

Mais uma situação na gestão de um comércio eletrônico que justifica o gerenciamento correto desse tipo de capital está relacionada às vendas parceladas. Afinal, as quantias demoram certo tempo para serem liberadas na conta bancária do negócio e, até lá, sua empresa precisa continuar funcionando, não é mesmo?

Por exemplo, dependendo da plataforma de pagamento que utiliza, os valores provenientes de vendas no cartão de crédito podem levar até 30 dias para serem liberados para você.

Oferta de meios de pagamento, como boleto bancário e Buy Now, Pay Later (compre agora, pague depois), são essenciais para atrair e fidelizar clientes e não perder nenhuma venda, mas demandam tempo para os valores serem disponibilizados na sua conta.

Ou seja, o gerenciamento correto do capital de giro é um dos pilares mais importantes para garantir o funcionamento e a saúde financeira do seu e-commerce em dia, isso em diversos momentos da existência do seu comércio eletrônico.

Qual a diferença entre capital de giro e fluxo de caixa?

O fluxo de caixa se refere às entradas e saídas de valores de uma empresa. O gerenciamento desse conceito contempla o registro minucioso de todos os ganhos e gastos de um negócio, a fim de acompanhar de perto o equilíbrio entre receitas e despesas.

Já o capital de giro, como comentamos, diz respeito a uma quantia suficiente para arcar com todos os custos da companhia, especialmente quando seu volume financeiro diminui.

Ambos os contextos são fundamentais para o crescimento do e-commerce e devem fazer parte de sua gestão financeira. Portanto, devem ser feitos realizados paralelamente.

Por exemplo, ao acompanhar o fluxo de caixa do seu comércio eletrônico, saberá se será necessário ou não utilizar os recursos de giro separados. Desse modo, conseguirá tomar decisões mais precisas e condizentes com a real situação financeira do seu negócio.

Por que o gerenciamento do capital de giro é tão importante?

Esse gerenciamento é fundamental para o seu e-commerce porque ele ajuda a:

– garantir o cumprimento dos compromissos financeiros;
– reduzir custos desnecessários;
– ampliar a atuação do negócio;
– estruturar um bom relacionamento com stakeholders;
– diminuir riscos operacionais.

Garantir o cumprimento dos compromissos financeiros

Ao ter esse montante devidamente separado, ainda que seu comércio eletrônico passe por momentos de baixa lucratividade, você terá a certeza de que conseguirá arcar com todos os compromissos financeiros da empresa.

Isso significa, por exemplo, que não terá problemas para pagar despesas fixas como impostos para manter o CNPJ ativo, contas de consumo como luz e internet, assinatura de sistemas e programas de gestão, entre outras contas relacionadas.

Reduzir custos desnecessários

Isso também leva à redução de custos extras, ou mesmo desnecessários, a exemplo do pagamento de multas e juros por atraso na quitação das contas.

Deixar os boletos e despesas vencerem, uma vez ou outra, pode não impactar tanto na gestão financeira do seu negócio.

Porém, quando isso vira uma rotina, a soma de vários juros pode ter vários reflexos negativos, como a redução da lucratividade obtida no seu e-commerce, já que parte dela terá que ser destinada para essas despesas extras.

Ampliar a atuação do negócio

Um bom gerenciamento de capital de giro também ajuda a melhorar e ampliar a atuação do seu comércio eletrônico. Isso acontece porque, ao ter essa quantia devidamente administrada, você pode antecipar a implementação de estratégias de vendas que requerem investimento para acontecer.

Por exemplo, tem a chance de criar campanhas e ações de marketing, ou mesmo aprimorar seu giro de estoque, se antecipando à aquisição de itens junto aos fornecedores, o que também gera a chance de conseguir preços e condições de pagamento mais interessantes.

Estruturar um bom relacionamento com stakeholders

Por falar em fornecedores, esse é um dos stakeholders do seu e-commerce que sente o impacto de uma gestão financeira ineficiente.

Não arcar com os compromissos financeiros assumidos com esses parceiros afeta diretamente o relacionamento de vocês e, dependendo da gravidade, chega a outro grupo de interessados no seu comércio eletrônico: os clientes.

Por exemplo, não pagar em dia contratos de logística e entrega pode levar ao atraso no envio dos produtos vendidos.

Quando um problema como esse acontece, a tendência é o nível de satisfação dos consumidores cair. Como reflexo, a imagem da sua marca é comprometida e, possivelmente, eles buscarão outros e-commerces para realizarem as compras, afetando também o poder competitivo e a rentabilidade do seu negócio.

Diminuir riscos operacionais

Fazer um bom gerenciamento desse capital também ajuda a proteger sua loja virtual de diversos riscos operacionais, especialmente os provenientes de imprevistos.

Suponhamos que sua empresa fabrique os itens que comercializa virtualmente, e uma das máquinas necessárias para a produção apresentou problemas. Se contar com uma quantia para giro, terá a chance de consertar o equipamento rapidamente, sem precisar esperar que valores de vendas ou outras receitas fiquem disponíveis no caixa.

Quais tipos de capitais de giro podem ser utilizados?

O capital de giro para empresas, tanto online quanto presenciais, pode ser dividido em diferentes tipos, que são:

– negativo;
– positivo;
– neutro;
– bruto e líquido;
– permanente;
– variável;
– próprio;
– associado a investimentos.

Negativo

Como o próprio nome sugere, o capital de giro negativo é aquele no qual o ativo circulante para pagar as despesas do negócio não é suficiente.

Em outras palavras, significa que mesmo que a quantia designada para manter a empresa esteja funcionando, e os compromissos financeiros estejam em dia, está abaixo da quantia ideal.

Esse é um quadro que representa um momento de crise para o negócio, requerendo medidas urgentes de reposicionamento de despesas e receitas, a fim de evitar consequências mais graves, a exemplo do fechamento da loja virtual por problemas monetários.

Positivo

Aqui o cenário é inverso, e mostra uma condição financeira extremamente favorável, na qual os ativos circulantes são mais do que suficientes para manter os pagamentos de custos e despesas em ordem.

Além de indicar um bom gerenciamento do e-commerce, é um claro sinal de que a empresa está crescendo e gerando rentabilidade expressiva.

Neutro

O neutro revela que os recursos financeiros designados para giro estão em equilíbrio com as contas da loja virtual. Isto é, não excedem, nem faltam.

Mesmo sendo uma condição favorável para o comércio eletrônico, é fundamental acompanhar de perto esse quadro, visto que ele pode mudar a qualquer momento, tornando-se um importante ponto de atenção se virar negativo.

Bruto e líquido

Capital de giro bruto consiste na soma de todos os ativos circulantes de uma empresa. Ele deve ser analisado em conjunto como giro líquido, que indica haver mais receita do que despesas.

Juntos, esses parâmetros são fundamentais para mensurar e acompanhar a saúde financeira da companhia.

Permanente

O giro de capital permanente é aquele que sempre deve existir. Ou seja, a quantia mínima necessária para suprir as necessidades do negócio em momentos de déficit financeiro.

Idealmente, essa quantia não deve ser utilizada no dia a dia, visto que sua principal função é garantir o cumprimento dos compromissos financeiros assumidos e necessários para o bom funcionamento do e-commerce.

Variável

O giro de capital variável é aquele criado para atender a demandas específicas e/ou sazonais. Por exemplo, reposição de estoque para atendimento do aumento do volume de vendas em datas comemorativas.

Ele recebe esse nome justamente por não ter regularidade, podendo ou não ser criado e usado de acordo com as necessidades e o crescimento do e-commerce.

Quais podem ser as fontes do capital de giro?

Assim como existem tipos distintos de capital de giro, há também fontes diferentes das quais esse montante pode ser obtido.

Comumente, é possível recorrer ou utilizar três origens:

– recursos próprios;
– empréstimos ou financiamentos bancários;
– antecipação de recebíveis.

Recursos próprios

Os recursos próprios são valores procedentes das reservas financeiras do próprio empreendedor. A vantagem dessa estratégia é que ela não gera custos extras para a empresa.

Porém, dependendo do porte do e-commerce e das despesas para manter as atividades, pode ser necessário levantar uma quantia significativa. Para quem está começando a empreender, esse pode ser um obstáculo a ser superado.

Empréstimos ou financiamentos bancários

Consiste em obter junto a bancos, fintechs e demais instituições a quantia necessária para formar o capital de giro do negócio.

Para quem não possui recursos próprios, essa tende a ser uma alternativa interessante. Todavia, é essencial ponderar sobre os custos excedentes que esse tipo de solução gera, provenientes do pagamento de juros.

Por conta disso, é bem importante incluir essa diferença de valor na gestão financeira da empresa, a fim de que o pagamento das parcelas seja feito em dia, evitando mais problemas monetários para o negócio.

Antecipação de recebíveis

A antecipação de recebíveis é o adiantamento de valores de vendas parceladas ou feitas via cartão de crédito, boleto bancário ou outros meios que geram pagamentos posteriores à aquisição.

Basicamente, você estará trazendo para o caixa do seu e-commerce valores que já são seus por direito, mas que seriam liberados somente mais adiante.

Apesar de essa operação gerar taxas, ela tende a ser financeiramente mais interessante do que a obtenção de empréstimos junto a bancos. Um dos motivos é que você trabalhará com quantias que já eram do seu negócio, mas que estariam disponíveis somente dias, ou até meses depois.

Como fazer uma boa gestão de capital de giro para comércio eletrônico?

Para fazer uma boa gestão de capital de giro e, com isso, manter a saúde financeira do seu e-commerce, as medidas que você pode adotar são:

– calcule o capital necessário para o seu negócio;
– controle pontualmente os gastos;
– mantenha o gerenciamento financeiro em dia;
– adote medidas para reduzir a inadimplência;
– melhore sua oferta de meios de pagamento.

Calcule o capital necessário para o seu negócio

O cálculo de quanto sua empresa precisa para usar como giro de capital parte do levantamento de informações relacionadas aos ativos e passivos circulantes.

Por ativo circulante entenda todos os recursos financeiros que entram no caixa e na conta da empresa em curto, médio ou longo prazo, a exemplo dos valores recebidos provenientes de vendas realizadas.

Já os passivos circulantes são todas as quantias que precisam ser desembolsadas para o funcionamento do negócio, incluindo todas as contas fixas e variáveis.

Após fazer esse levantamento, basta aplicar a seguinte fórmula para identificar de quanto precisa:

Capital de giro = ativo circulante – passivo circulante

Controle pontualmente os gastos

O controle efetivo dos gastos faz toda diferença nesse tipo de gerenciamento. A ideia aqui é identificar pontos de perdas financeiras, bem como gastos que podem ser reduzidos.

Despesas bancárias, perda de estoque, opção de regime tributário inadequado, custos extras com logística são apenas alguns exemplos desses valores que podem ser revistos.

Ao fazer isso, a quantia necessária para compor o capital de giro do seu e-commerce diminui e a margem lucrativa tende a aumentar.

Mantenha o gerenciamento financeiro em dia

Partindo desse princípio, é fundamental que o gerenciamento financeiro do seu comércio eletrônico, de modo geral, seja realizado com precisão.

Por exemplo, a gestão do fluxo de caixa que citamos precisa ser feita em uma frequência que garanta que nenhuma entrada ou saída de valor deixe de ser registrada. Nessas horas, contar com um bom dashboard de controle financeiro pode fazer toda a diferença.

Adote medidas para reduzir a inadimplência

Reduzir a inadimplência é outra medida que ajuda a aprimorar a gestão de capital de giro. Afinal, quanto mais clientes pagarem em dia as aquisições, mais dinheiro você terá disponível para arcar com os compromissos financeiros do seu negócio, evitando o uso desse recurso extra.

Algumas das boas práticas que podem ser adotadas para diminuir esse índice são:

– identificar o que está gerando consumidores inadimplentes: por exemplo, prazos de pagamentos incompatíveis com a realidade do seu público-alvo;
– utilizar sistemas de cobrança ineficientes: como plataformas que não geram segunda via de boletos automaticamente;
– trabalhar com formas e meios de pagamento limitados: que tiram do cliente a flexibilidade de escolher o melhor método para pagar pelas compras.

Melhore sua oferta de meios de pagamento

E já que falamos sobre meios de pagamento, vale destacarmos que eles também devem fazer parte do gerenciamento de capital de giro. Um dos principais motivos é que os métodos de pagamento oferecidos influenciam diretamente no tempo de recebimento do valor das vendas.

Quando a isso, uma afirmação é certa: quanto mais formas e métodos de pagamento disponibilizar no seu e-commerce, maiores serão as chances de conversão. Todavia, alinhar essa oferta à gestão financeira da sua empresa é uma importante estratégia de crescimento.

Por exemplo, o Pix se tornou o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros em 2022, segundo anunciado em uma matéria do Portal Febraban Tech, da Federação Brasileira de Bancos.

Para quem vende via Pix, uma das principais vantagens é o recebimento dos valores em menos tempo, em comparação a outros meios. Dependendo da plataforma de pagamentos online utilizada, as quantias podem ser liberadas no formato D+1, ou seja, um dia após a efetivação da operação.

O que estamos querendo dizer aqui é que, além de atender a uma das preferências dos consumidores, uma boa oferta de meios de pagamento pode potencializar sua gestão financeira.

Como resultado, é possível ter a liberação de valores mais rapidamente e, com isso, evitar que seja necessário recorrer ao capital de giro para manter suas atividades e compromissos financeiros em dia.

Como a tecnologia ajuda nesse gerenciamento?

Seja na gestão de meios de pagamento, ou na financeira de maneira geral, o uso da tecnologia é primordial para melhorar esses processos e ajudar você a alcançar mais e melhores resultados com o seu negócio.

Nesse contexto, além do uso de um bom dashboard de controle financeiro, como mencionamos, saber escolher uma boa plataforma de pagamentos online faz toda a diferença na hora de gerir o fluxo de recebimento de vendas dos mais variados pontos de captura de valores.

O objetivo, portanto, é usar soluções tecnológicas que aprimorem sua gestão financeira em diferentes pontos, indo desde o controle pontual do fluxo de caixa, passando pela administração correta do capital de giro e alinhando tudo isso a uma boa oferta de formas de meios de pagamento para potencializar suas vendas.