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Commerce Everywhere: a convergência de redes sociais, superapps e IoT no e-commerce

Por: André Santos

Consultor de Projetos Digitais - gestão, visão e estratégia 360°de e-commerce, omnichannel, logística, SAC, meios de pagamentos, performance, ERP, front e back end. Especialista em marketplaces e ferramentas de otimização de projetos digitais B2B, B2C e D2C. Professor de e-commerce, plataformas e cadastro de produtos na ComSchool.

O conceito de Commerce Everywhere está transformando a maneira como consumidores interagem com o comércio eletrônico, integrando a experiência de compra em praticamente todos os aspectos da vida digital. Em 2025, espera-se que essa convergência atinja um ponto em que plataformas como redes sociais, superapps e dispositivos conectados por Internet das Coisas (IoT) criem um ecossistema contínuo e interligado. Essa evolução, impulsionada pela crescente digitalização, demanda inovações tecnológicas, mudanças comportamentais e adaptações estratégicas por parte das empresas.

Saiba como o Commerce Everywhere está revolucionando o comércio eletrônico através da integração com redes sociais, superapps e dispositivos IoT.

A integração com redes sociais e superapps

O Commerce Everywhere vai além do modelo tradicional de e-commerce, que dependia de sites ou aplicativos dedicados. Ele pressupõe a integração de ferramentas de compra diretamente nas plataformas em que os consumidores já passam grande parte de seu tempo. Um exemplo claro é o crescimento do comércio social em redes como Instagram, Facebook e TikTok. Essas plataformas não apenas exibem produtos, mas permitem transações diretamente nos aplicativos, criando uma experiência de compra imersiva. Segundo a Statista, o comércio social global deverá movimentar US$ 2,9 trilhões até 2026, mostrando o impacto dessa tendência no comércio eletrônico.

Superapps, como o WeChat, desempenham um papel central nesse novo paradigma. Esses aplicativos multifuncionais concentram diversos serviços, desde comunicação e entretenimento até pagamentos e compras, dentro de uma única interface. Na China, por exemplo, o WeChat já revolucionou o comércio eletrônico ao permitir que usuários descubram produtos, interajam com vendedores, realizem pagamentos e até programem entregas sem sair do app. Embora o Ocidente ainda não tenha adotado totalmente essa abordagem, há sinais de que superapps semelhantes possam emergir em breve, especialmente com o avanço de empresas como PayPal e Meta em direção a soluções integradas.

O papel da Internet das Coisas

Ao mesmo tempo, a IoT está ampliando o conceito de comércio ubíquo. Dispositivos conectados, como geladeiras inteligentes, termostatos e assistentes de voz, oferecem novas maneiras de os consumidores interagirem com o comércio eletrônico. Um exemplo notável é o uso de assistentes virtuais como Alexa, Siri e Google Assistant para realizar compras por comando de voz. Segundo a Juniper Research, as transações por assistentes de voz devem superar US$ 19 bilhões até 2023, demonstrando como essa tecnologia está ganhando espaço rapidamente. Além disso, dispositivos IoT são capazes de antecipar necessidades do consumidor. Uma geladeira inteligente pode monitorar o nível de estoque de alimentos e encomendar reposições automaticamente, simplificando o processo de compra e reduzindo a necessidade de intervenção humana.

Embora promissoras, essas inovações apresentam desafios significativos, sobretudo no campo da segurança de dados. A integração de diversas plataformas e dispositivos aumenta os pontos de vulnerabilidade, expondo consumidores e empresas a riscos cibernéticos. Segundo um estudo da McAfee, cerca de 50% das empresas relatam dificuldades para garantir a segurança em dispositivos IoT. Isso destaca a necessidade de implementar protocolos de cibersegurança robustos e padronizados.

Outro desafio importante está relacionado à interoperabilidade entre plataformas. À medida que o ecossistema de Commerce Everywhere cresce, surge a necessidade de garantir que diferentes sistemas – de redes sociais a superapps e dispositivos IoT – funcionem de maneira harmônica. Essa interoperabilidade depende de avanços em padrões tecnológicos e colaboração entre empresas de diferentes setores.

Do ponto de vista comercial, o Commerce Everywhere apresenta oportunidades significativas para as marcas. A possibilidade de coletar dados de diferentes pontos de contato com o consumidor permite níveis inéditos de personalização. A Deloitte aponta que consumidores têm 80% mais chances de comprar de marcas que oferecem experiências personalizadas. Além disso, modelos de negócios baseados em IoT, como assinaturas automatizadas ou serviços baseados em demanda, podem gerar novas fontes de receita.

A integração de redes sociais, superapps e IoT no comércio eletrônico representa não apenas uma evolução tecnológica, mas uma mudança de paradigma na forma como compras são realizadas e experiências são construídas. Para as empresas, adaptar-se a esse novo cenário significa investir em inovação, segurança e parcerias estratégicas. Para os consumidores, significa uma experiência de compra mais fluida, conveniente e conectada ao dia a dia digital. Em um mundo onde o comércio se torna verdadeiramente onipresente, o futuro do e-commerce é promissor, mas também desafiador.

Fontes:

– Statista: Previsões sobre comércio social global.

– Juniper Research: Dados sobre transações via assistentes de voz.

– Deloitte: Relatório sobre personalização no consumo.

– McAfee: Relatório de segurança cibernética em dispositivos IoT.