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Como fazer parte do cenário global de e-commerce?

Por: Eva Palatinsky

Cofundadora e CEO da Globalfy

É cofundadora e CEO da Globalfy, onde ocupou o cargo de COO por oito anos. A executiva atua com empreendedores internacionais há quase uma década e é especialista em impostos nos Estados Unidos. Eva é formada pela Faculdade de Tecnologia Opet e certificada pela Universidade de Stanford.

Os Estados Unidos são uma porta de entrada para o mercado global de e-commerce.

Se você já se fez essa pergunta, é porque está com um projeto internacional em mente, e a busca pela resposta passa por algumas etapas para que um negócio ingresse nesse cenário e se mantenha nele.

No caso do e-commerce, a pandemia promoveu uma mudança de comportamento do consumidor. O período impulsionou as compras online, que ampliaram as possibilidades de ganhos e deixaram mais em evidência as vantagens desse mercado para empreendedores de todo o mundo.

Segundo matéria da Forbes – The E-Commerce Revolution Is Transforming Global Trade and Benefitting The US Economy, “o e-commerce transformou a indústria global do varejo”. Ainda de acordo com a reportagem, em 2020, as vendas ultrapassaram US$ 4,2 trilhões (17,8% das vendas globais de varejo). A projeção é de que esse número aumente 24,5% até 2025.

Rumo ao mercado estrangeiro

Investir em um negócio internacional é mais simples do que parece. A receita para trilhar esse caminho você já conhece: planejamento, estratégia para colocar seus planos em prática, encontrar o nicho de atuação, estudar seu público-alvo, eleger um marketplace internacional, estruturar sua loja, pensar na logística, organizar o atendimento ao cliente e ter uma presença online com perfis em redes sociais.

Essa jornada se torna ainda mais fácil quando você pode contar com empresas parceiras que conheçam as suas dores, entendam os seus desafios e disponham de uma equipe especializada que fala o seu idioma, pronta para te ajudar com trâmites burocráticos, questões contábeis e fiscais.

Vendendo nos Estados Unidos

Sei que você pensou na Amazon EUA quando falamos em marketplace internacional. Afinal, é o maior do mundo. Por isso, vamos tomá-lo como exemplo. Criar uma conta de vendedor é relativamente fácil, mas se você não é residente nos Estados Unidos, precisa considerar:

– Conta bancária empresarial americana: essa é uma exigência da Amazon dos Estados Unidos para que os vendedores recebam seus pagamentos. Além disso, ela facilita processos de conciliação, permitindo gerir as suas finanças com mais facilidade. Esse assunto já nos leva ao segundo tópico;
– Para abrir esse tipo de conta, é recomendado que você tenha uma empresa: LLC é uma ótima opção. LLC ou Limited Liability Company é similar à LTDA, usada aqui no Brasil, e protege o sócio de eventuais questões jurídicas que possam surgir. É conhecida por ser uma modalidade mais simples e flexível, se comparada à CORP – categoria que conta com uma estrutura hierarquizada, com acionistas, diretores e conselheiros.

Ter uma LLC nos Estados Unidos passa mais confiança aos consumidores e simplifica o processo ao estabelecer uma entidade formal para atuar como importador legal, o que ajuda a cumprir os regulamentos alfandegários, sem falar no gerenciamento do pagamento de taxas e impostos com mais eficiência.

Os segmentos mais rentáveis do e-commerce americano:

Participação nas vendas do e-commerce no varejo dos EUA por categoria de produto, 2023-2027

Nota: inclui produtos ou serviços comprados pela Internet, independentemente do método de pagamento ou de fulfillment; exclui viagens e ingressos para eventos, pagamentos de contas, impostos ou transferências bancárias, vendas realizadas por restaurantes, serviços de alimentação, bebidas, apostas e outros produtos relacionados a jogos de azar.
Fonte: eMarketer, Fevereiro de 2023O futuro do e-commerce global
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Para além da formação empresarial e do estabelecimento do seu negócio em outro país, é preciso pensar também no futuro, projetar mudanças e observar as transformações tecnológicas que impactam a forma como as pessoas se relacionam entre si e com as marcas. Considerando o e-commerce, elegi um top 3:

– Na NRF 2024, inteligência artificial desponta em primeiro lugar. A maior convenção de varejo do mundo aposta em IA, principalmente, na previsão e na análise do comportamento do consumidor;
– A personalização em escala merece um espaço de destaque neste estudo da Adobe. Nada de sugestões massificadas, o foco são as preferências de cada um conforme histórico de navegação ou de compras, por exemplo;
– Já o Alibaba vê no social commerce, a união de social media e compra online, um aliado de peso, com os aplicativos cada vez mais aprimorando as funcionalidades voltadas para marketplace. As redes sociais estão mudando como procuramos e compramos produtos, tornando tudo mais dinâmico.

Os Estados Unidos trazem muitos benefícios econômicos, como moeda forte e economia mais estável. No entanto, não existe uma fórmula mágica quando o assunto é manter uma empresa em qualquer lugar do mundo, mas construir um planejamento, estudar o mercado e o público, ficar de olho nas tendências e sempre ouvir o consumidor ajudam a pavimentar e trilhar um caminho sólido.