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Como os avanços em Big Data estão moldando a logística do futuro?

Por: Ewerton Caburon

CEO da EmiteAí!

Graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp, possui MBA em Gestão de Negócios pelo Insper. Desde 2021, é CEO da Emiteaí, uma startup de logística responsável por facilitar a emissão de documentos e promover o gerenciamento de transportes eficientes. Atualmente, atende os principais marketplaces do mercado. Já atuou como Diretor Executivo de Operações na BBM Logística, liderando projetos de otimização com IoT e Machine Learning. Também exerceu cargos de liderança na Raízen e Ambev, sempre focado em eficiência operacional e gestão de grandes equipes.

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Quando me perguntam qual será o maior diferencial competitivo na logística dos próximos anos, respondo sem hesitar: dados. E não qualquer dado, mas os dados certos, analisados no momento certo, com a tecnologia certa.

Mulher em ambiente de data center analisando informações em um tablet.
Imagem: Freepik.

A logística do futuro será cada vez mais inteligente, conectada e preditiva, e isso só é possível com o apoio do Big Data. Já não basta reagir aos pedidos, é preciso antecipar demandas, prever gargalos e agir com base em padrões de comportamento do consumidor.

A logística deixou de ser operacional, ela se tornou estratégica

Por muito tempo, logística foi sinônimo de transporte e armazenamento. Hoje, ela é um centro de inteligência que conecta dados de consumo, estoque, transporte, fiscalização e relacionamento com o cliente em tempo real.

Com o uso de Big Data, conseguimos mapear rotas com maior precisão, ajustar o envio de mercadorias por região, prever sazonalidades com base em comportamento histórico de compra e identificar oportunidades que antes passavam despercebidas. Além disso, tecnologias de automação fiscal permitem cruzar dados de pedido, frete e regras tributárias em tempo real, emitindo documentos com precisão e agilidade. Isso reduz erros manuais, acelera a liberação de cargas, diminui riscos fiscais e aumenta a previsibilidade operacional.

Planejamento de rotas: do fixo ao dinâmico

Um exemplo prático é a roteirização. A antiga lógica de “roteiros fixos” foi substituída por modelos dinâmicos, alimentados por dados em tempo real: trânsito, clima, volume de pedidos, tipo de produto e até performance histórica de cada motorista.

Com isso, conseguimos reduzir custos operacionais, melhorar o SLA de entrega e, principalmente, oferecer previsibilidade para o consumidor. E sabemos o quanto a previsibilidade vale hoje.

Estoques que respondem ao comportamento

Outro grande avanço é no gerenciamento de estoque. Com dados integrados entre canais de venda, armazéns e transportadoras, conseguimos enxergar o giro de produtos com clareza e tomar decisões assertivas de reposição, redistribuição e até descontinuidade de itens.

A inteligência gerada pelo Big Data não serve apenas para reduzir ruptura ou excesso. Ela permite agir com estratégia, antecipar picos de demanda e adaptar o modelo logístico a uma operação cada vez mais omnichannel.

Dados brutos não bastam, é preciso transformá-los em decisões

De nada adianta acumular um mar de dados se não souber o que fazer com ele. O valor real está em traduzir esse volume em decisões práticas e em tempo real. Big Data não é só uma tendência, é uma exigência. E quem ainda não percebeu isso vai ficar para trás.

A logística de amanhã será liderada por empresas capazes de entender seus dados como ativos estratégicos. Empresas que cruzam informação de forma multidimensional para decidir com mais segurança, eficiência e visão de longo prazo.

Eu vejo, cada vez mais, que dominar os dados é dominar o fluxo. E em um mercado tão competitivo, quem entende o fluxo lidera o movimento.