O e-commerce é a bola da vez quando se fala em varejo no Brasil. Não é raro encontrarmos amigos e parentes que já são bastante adeptos da prática, que é conhecida por sua praticidade e rapidez. Com ele, podemos fazer nossas compras no conforto do sofá e receber nosso produto em mãos a partir de alguns cliques. Para se ter uma ideia, um estudo da NielsenIQEbit aponta que o faturamento do comércio eletrônico no Brasil atingiu a marca de R$ 262,7 bilhões em 2022, uma alta de 1,6% se comparado ao ano anterior.
Porém, por mais que tenha muito sucesso, sempre existe o outro lado. O levantamento Mapa da Fraude da Clearsale aponta que, em 2022, foram 5,6 milhões de tentativas de golpes, o equivalente a R$5,8 bilhões de ações fraudulentas. Por muitas vezes, golpistas costumam estudar comportamentos dos usuários e se utilizam de iscas para roubar informações e lesar tanto os clientes quanto os próprios comerciantes, que acabam perdendo muito dinheiro.
Apenas para dar um contexto da gravidade, um levantamento da LexisNexis Risk Solutions aponta que, a cada real perdido em transações fraudulentas, a empresa tem seu prejuízo dobrado, já que precisa arcar com outras despesas como honorários advocatícios, taxas, juros, penalidades e até mesmo em mão de obra e serviços para tentar descobrir de onde veio o problema e como corrigi-lo. Porém, nem tudo está perdido e há maneiras de se evitar que isso aconteça.
Como evitar que isso aconteça?
Uma delas é a conciliação de pagamentos, tecnologia que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado. Com ela, há uma rigorosa comparação e fiscalização das transações financeiras entre um comércio e seus adquirentes. Nesse processo operativo são verificados os saldos das contas para garantir que todos os registros são verdadeiros, atualizados e consistentes. Por meio de informações vindas de diversos lugares, como bancos e sistemas de gestão, a empresa consegue um histórico detalhado das transações e verifica, por exemplo, se o valor registrado por uma venda foi o mesmo que saiu da conta do comprador.
Isso é muito importante principalmente no cenário atual, em que os métodos de pagamentos são diversos e as informações vêm de todos os lados, de fontes e players diferentes, o que pode causar confusão, ainda mais que muitas empresas possuem um grande fluxo de transações e ainda controlam seus dados de forma manual. Apenas para dar um exemplo, hoje é possível pagar por QR code, cartões de crédito ou débito digitais, carteira digital, pagamento instantâneo, pagamento direto da conta, carteira móvel para smartphone por toque, transferências digitais via aplicativo, pagamento biométrico, pagamento via dispositivo vestível e criptomoedas, então imagine o tanto de informações que precisam ser avaliadas.
Por meio da conciliação de pagamentos, além de ter todas essas informações em uma única interface em fácil acesso, a empresa consegue se prevenir quanto a fraudes e identificar outros erros como duplicatas, estornos e transações que por algum descuido acabaram não acontecendo. Dessa maneira, é possível reverter o caminho de forma mais rápida, resolvendo problemas pontuais e fazendo ajustes justamente no local em que foi identificado o equívoco. Além disso, por meio dessa solução, o fluxo de caixa da empresa é mais assertivo, com tudo devidamente organizado e registrado.
Assim, podemos concluir que por mais que ainda existam fraudes e outros problemas que assombram o mercado de pagamentos, os players estão se movimentando para remediar a situação e construir um cenário favorável e seguro para todos. Tanto isso é verdade que o primeiro semestre de 2023 apontou uma diminuição de 27,3% nas fraudes do e-commerce, de acordo com a Clearsale. Porém, mesmo com essa redução, cabe às empresas desse segmento se prevenirem e estarem atentas às novidades de mercado para que o ecossistema esteja em melhoria contínua.