Os altos juros do crédito, velhos inimigos das finanças dos brasileiros, encontraram companhia na escalada da inflação no Brasil para reduzir o poder de compra. Como resultado disso, a pesquisa “O Bolso do Brasileiro – 2022”, realizada pela Hibou, mostra que 54% dos consumidores no país já reduziram a quantidade ou o volume de itens comprados, e 51% não colocam mais alguns itens no carrinho.
Consequentemente, isso impacta o comércio, que vê o público buscar formas de driblar o aperto econômico. Uma delas é o parcelamento das compras, permitindo ao consumidor equilibrar a necessidade de comprar com a realidade financeira do país.
Mas o parcelamento pode ser uma armadilha se a pessoa não comparar os juros das diferentes opções de crédito. Nesse sentido, o crediário digital surge como uma alternativa mais econômica, como você pode ver adiante.
Queda no poder de compra do consumidor brasileiro em 2022
Economistas já apontam a possibilidade de o Brasil registrar, pelo segundo ano seguido, uma inflação acima de 10%. Se confirmada, será uma situação ímpar desde o início do Plano Real.
Com o índice acumulado de 12,1% nos 12 meses até maio de 2022, o país tem a quarta maior inflação entre as 20 maiores economias do mundo, atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia.
Isso tem um grande impacto no dia a dia. De acordo com a Hibou, as principais preocupações dos brasileiros são os gastos com combustíveis (63%), carne (55%) e itens da cesta básica (34%). Mais ainda, a renda do brasileiro foi reduzida de modo generalizado: um em cada quatro consumidores (27%) tiveram perda nesse aspecto em 2022.
Para poder consumir, 41% dos brasileiros procuraram alguma forma de empréstimo nos últimos 12 meses. Então, vale comparar os juros das principais opções disponíveis no mercado para que a solução não vire uma bola de neve.
Driblando os juros altos: qual é a solução de crédito mais econômica?
A pesquisa da Hibou aponta como os quatro principais meios institucionais para obtenção de empréstimos no Brasil:
- bancos: 38%
- empréstimo consignado: 34%
- cartão de crédito: 11%
- fintechs: 8%
Portanto, vamos concentrar a comparação entre as soluções mais populares. Acompanhe!
Crédito pessoal não consignado
Esta opção tem diferentes nomes: empréstimo pessoal, empréstimo não consignado, crédito pessoal, crédito não consignado… Mas, no geral, eles se referem ao crédito oferecido por uma entidade financeira sem descontar o salário do indivíduo ou exigir bens como garantia de pagamento.
A taxa de juros no crédito pessoal não consignado é pré-fixada e está disponível no site do Banco Central do Brasil.
Juros do crédito pessoal não consignado em maio de 2022:
- Caixa Econômica Federal: 2,28% ao mês.
- Banco do Brasil: 4,06% ao mês.
- Itaú Unibanco: 4,24% ao mês.
- Santander: 5,03% ao mês.
- NU Financeira: 5,33% ao mês.
- Bradesco: 6,37% ao mês.
Ao todo, existem 80 soluções do tipo no Brasil. A taxa de juros pode chegar a 20,09% ao mês em alguns bancos e costuma ser maior do que a taxa do crédito consignado.
Crédito consignado
O crédito ou empréstimo consignado, por sua vez, desconta o pagamento das parcelas diretamente dos rendimentos pessoais, seja o salário, seja a aposentadoria. Em compensação, tem uma taxa de juros relativamente menor do que a do crédito não consignado.
Juros do crédito consignado em maio de 2022:
- Caixa Econômica Federal: 1,52% ao mês.
- Banco Inter: 1,75% ao mês.
- Banco do Brasil: 2,11% ao mês.
- Bradesco: 2,72% ao mês.
- Santander: 2,72% ao mês.
- Itaú Unibanco: 2,78% ao mês.
A desvantagem do crédito consignado é que oferece menos liberdade para o indivíduo administrar seu rendimento. Por exemplo, se houver uma emergência financeira, o consumidor terá parte de sua renda retida antes de chegar na conta e não contará com esse valor.
Cartão de crédito
De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 52 milhões de brasileiros utilizam cartão de crédito como meio de pagamento. Porém, 96% não conhecem as taxas de juros mensais.
Isso representa um grande perigo para o consumidor, uma vez que os juros do cartão podem chegar a 17,52% nas parcelas mensais.
Juros do cartão de crédito em maio de 2022:
- Banco Inter: 5,81% ao mês.
- Caixa Econômica Federal: 6,60% ao mês.
- NU Financeira: 7,86% ao mês.
- Itaucard: 8,98% ao mês.
- Santander: 9,32% ao mês.
- Banco do Brasil: 9,33% ao mês.
- Bradesco: 9,59% ao mês.
O cartão de crédito é um dos maiores entraves à organização financeira dos brasileiros. Ao ano, a taxa de juros pode chegar a quase 600%.
Crediário digital
Essas opções de crédito ao consumidor, quando não viram uma bola de neve, são pouco flexíveis. Mas existe uma solução que concilia juros mais baixos com flexibilidade: o crediário digital, tendência internacionalmente conhecida como Buy Now, Pay Later (BNPL), ou “compre agora, pague depois”.
A solução é trazida por fintechs, empresas financeiras que contam com avançadas tecnologias para oferecer serviços mais customizados ao consumidor. Algumas delas já permitem o parcelamento em até cinco vezes sem juros ou em até 24 vezes com juros a partir de 1,99% ao mês.
O crediário digital é muito fácil de ser utilizado. Ele é ofertado diretamente no checkout das lojas, na etapa de pagamento da compra, independentemente do canal de venda. Pode ser habilitado tanto em lojas online quanto offline como e-commerces, aplicativos, televendas e lojas físicas.
O consumidor então pode parcelar as compras no boleto ou Pix, com análise de crédito 100% digital, de forma automatizada e realizada em segundos com o apoio da inteligência artificial.
Esse crédito direto ao consumidor (CDC), além de atender a uma necessidade do público, contribui para o comércio continuar vendendo nesse período conturbado da economia. Portanto, percebe-se que o crediário digital oferece juros mais baixos e também é ótimo para os negócios.
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