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Do lead ao cliente fiel: como criar um funil de vendas que realmente funciona no e-commerce

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Por: Eduarda Camargo

Chief Growth Officer

Com mais de 10 anos de experiência na área de marketing, atuando como Chief Growth Officer e responsável pela Aquisição e receita de novos clientes na Portão 3, esta executiva é especializada em gestão de crise, crescimento e posicionamento de marca. Sua carreira inclui passagens por empresas como Zoop, Hurb (anteriormente conhecido como Hotel Urbano), Ancar Ivanhoe, HSBC, Bradesco e Losango. Além disso, ela também é habilidosa em fornecer treinamentos de media training para executivos de alto escalão, tendo trabalhado com a liderança sênior da Elgin. Seu amplo escopo de atuação abrange diversos setores, incluindo tecnologia, serviços financeiros B2C e B2B, e-commerce, turismo, indústria e varejo, demonstrando um conhecimento abrangente em projetos de comunicação integrada.

Atrair atenção hoje é fácil: um bom criativo, uma copy bem feita, um clique no botão certo – e pronto, o lead caiu na sua base. Mas transformar esse lead em cliente fiel é outra história. E, se você trabalha com e-commerce, sabe que o jogo não termina na conversão. Ele começa nela.

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Imagem: Freepik.

Aprendi – na prática – que o funil de vendas deve focar menos em etapas e mais no comportamento. Em vez de seguir modelos genéricos, como sequências padronizadas, passamos a observar o que cada lead realmente faz: onde clicou, se voltou ao site, abriu o WhatsApp ou demonstrou interesse por um plano específico. Esses detalhes fazem toda a diferença.

Como a automação inteligente reduz o abandono de carrinho

Já vi operações reduzirem em mais de 30% o abandono de carrinho só por configurarem triggers comportamentais simples, como mandar uma oferta com prazo de 24h para quem ficou 5 minutos navegando em uma categoria. Não é sobre automação por si só, é sobre automação com inteligência.

E não adianta pensar só em aquisição. A chave está em conectar marketing com atendimento e retenção. Em uma das empresas que acompanhei, a virada de chave foi usar o histórico de compras para oferecer upgrades personalizados. Clientes que tinham gasto médio abaixo de R$ 300 passaram a gastar mais de R$ 500 só por se sentirem “lembrados”. Parece simples, mas exige estrutura: CRM bem organizado, time de CS com acesso a dados e uma régua de relacionamento real, não só um e-mail bonitinho de pós-venda.

Pós-venda é marketing: a importância da consistência nos canais

Outro erro comum: achar que pós-venda é um setor separado do marketing. Não é. Pós-venda é marketing em estado puro. Quando a Salesforce diz que 76% dos consumidores esperam interações consistentes em todos os canais, ela está dizendo que seu time de atendimento precisa falar a mesma língua que seu tráfego pago. Que o seu WhatsApp não pode parecer uma ilha. E quem comprou hoje pode comprar de novo, se a experiência for boa.

Também vale dizer que personalização não é só chamar pelo nome. É entender contexto, comportamento, momento. Tem cliente que só compra quando recebe push de “estoque acabando”. Tem outro que responde pesquisa e nunca abre e-mail. Tem aquele que compra, mas precisa ser lembrado do motivo. Cada um exige uma narrativa diferente. E o seu funil tem que estar pronto para isso.

Flexibilidade e conteúdo: pilares para a recompra

Mais do que isso: o funil precisa ser flexível. O comportamento do consumidor muda. O canal preferido muda. O que funcionava no mês passado pode não engajar hoje. E é por isso que times de e-commerce precisam cultivar uma mentalidade de teste contínuo. Campanhas, fluxos, abordagens – tudo deve estar em constante evolução. Um funil estático é um funil fadado ao fracasso.

Outro ponto que aprendi com o tempo: conteúdo é uma peça subestimada nesse jogo. E não estou falando apenas de blog ou redes sociais. Estou falando de conteúdos úteis em cada fase da jornada: FAQ inteligente no site, vídeo de unboxing na página do produto, manual de uso enviado por e-mail após a compra. Tudo isso contribui para uma experiência mais fluida e, consequentemente, para uma recompra mais provável.

Não existe mágica. Existe dado, processo, teste e escuta ativa. Os melhores funis que já vi são os que erram rápido, corrigem e tratam o cliente como gente, não como um “lead qualificado”.

E o mais importante: automatize o que for possível, mas humanize o que for necessário. A tecnologia está aí para facilitar, não para substituir o cuidado. A marca que entende isso sai do lugar comum. Transforma clientes em defensores. Vendas únicas em relações de longo prazo.

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