As lojas físicas ganharam a opção de vender seus produtos online e ampliar seu público, e a internet ganhou milhares lojistas no comércio online que se mantêm exclusivamente pelas vendas na internet. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), dos 73 milhões de internautas no Brasil, 14 milhões já realizam compras online, número que representa 19% da população virtual do país.
O e-commerce é uma das melhores oportunidades geradas pela web 2.0: ele possibilita tanto um novo mercado para seus investidores quanto para os consumidores. Os negócios online são classificados em duas áreas: o Business-to-Business (B2B) e o Business-to-Consumer (B2C). O B2B representa toda a venda realizada de uma empresa para outra, já o B2C refere-se a todos os processos que permitem um consumidor final adquirir um produto ou serviço pela web.
Apesar desta cultura já ser aceita pelo consumidor, os lojistas virtuais ainda precisam enfrentar inúmeros desafios para alcançar o sucesso. Além de conseguir com que o internauta entre em seu site de e-commerce, também é preciso convencê-lo a finalizar a compra.
Este processo é chamado de taxa de conversão, que representa tudo o que foi inserido na loja e concluído no “carrinho de compras”. No Brasil, segundo o estudo da IPEA, a taxa de conversão segue a média de 2,5%. Já nos Estados Unidos, onde já existe uma cultura amadurecida de comércio eletrônico, esta taxa é de 4%.
Segundo Luiz Felipe Weber, bacharel em Sistemas da Informação e programador Master no setor de e-commerce, a Tecnologia da Informação também precisa exercer o seu papel no mercado de comércio eletrônico. “A TI pode facilitar e proporcionar a melhora da interação entre os sistemas de comércio eletrônico e o consumidor, e aumentar a segurança no uso de aplicações web, já que muitos ainda têm receio de perdas de dados”, diz Weber.
Os consumidores possuem um ponto de vista comum sobre segurança, e o que muitas pessoas ainda temem nas lojas virtuais é que seus dados pessoais sejam violados, ou, cartões de créditos clonados. O especialista sugere que, para aumentar a sua credibilidade, o e-commerce pode expor aos clientes dados sobre a certificação e opiniões ou reclamações de outros consumidores. Estes dados podem ser fornecidos facilmente por sites como e-bit e Reclame Aqui, por exemplo.
“Já a segurança, pode ser melhorada com a obtenção de certificado seguro ou SSL para a loja, onde a troca de dados entre o e-commerce e o consumidor são criptografados. Mas segurança e credibilidade estão ligados diretamente à confiança do consumidor perante a loja”, cita Weber. Ele ainda alerta que, para evitar fraudes, é preciso ter o controle sobre cada transação realizada no e-commerce. “Facilita também, no caso de utilizar um gateway, ter uma integração com empresas que já fazem este serviço, como a ClearSale ou FControl”, lembra.
Um gateway, segundo Weber, consiste em um sistema que integra os provedores de cartões de crédito às lojas virtuais ou sistemas, onde os lojistas contratam cada provedor. A vantagem, diz o especialista, é de que o valor da transação não é transmitido para o gateway, sendo mais seguro para os dados transmitidos. Outra opção para os lojistas é realizar as transações por um intermediário de pagamento, que consiste em integrar meios de pagamento ao intermediador. “É mais simples de integrar e não exige contrato com cada provedor de cartão, porém, as tarifas cobradas são por porcentagem e tipo de transação (boleto, cartão, transferência bancária)”, completa o programador.
Ele processe afirmando que o maior erro dos lojistas é terem a ideia de que a loja virtual é auto-suficiente para as vendas. “O erro é pensar que a loja virtual ‘vende-se sozinha’, bastando cadastrar os produtos, configurar a forma de entrega e pagamento. Uma loja virtual pode e deve ser considerada como uma nova filial da empresa, com todos os recursos necessários para a manutenção e divulgação”, diz Weber.
Para um e-commerce ser considerado otimizado e manter um percentual de acesso, ele necessita sempre ser atrativo ao público, ter constante atualização e sempre oferecer melhor qualidade ao consumidor. Além disso, as lojas virtuais podem aproximar seus clientes com as diferentes ferramentas de comunicação oferecidas pelas redes sociais e blogs.
Como o seu produto pode ser usado? Demonstre aos seus clientes por meio de um vídeo, por exemplo. Nas redes sociais (Orkut, Twitter, Facebook, etc), o cliente deve oferecer interatividade aos consumidores e dar espaço para dúvidas e sugestões. Weber lembra que para isso, as empresas podem contratar profissionais especializados e utilizar a mídia social como um canal de Feedback com o cliente e divulgação da confiabilidade da empresa.
As empresas ainda devem ficar atentas às grandes tendências da compra online, que, segundo Weber, consistem no compartilhamento de compras em redes sociais (social e-commerce) e a compra coletiva segmentada, já presente no mercado, como o Groupon e o Peixe Urbano, por exemplo. “Já a oportunidade está ligada ao momento certo, investimento correto, nicho de mercado certo, enfim ‘aquela ideia boa que você sabe que dará certo’”, conclui o especialista.