Criar proximidade com o consumidor, reforçar o branding, analisar o comportamento do cliente e, por meio dele, desenvolver novas soluções. Essas são apenas algumas das vantagens que podem ser alcançadas pelas indústrias ao investir no e-commerce como canal de vendas.
Aliás, se levarmos em conta que esse é um dos canais de vendas que mais cresce em todo o mundo, ano a ano, as indústrias não devem perder tempo. Precisam, sim, começar a adequar seus negócios visando a prática de um modelo inovador, ao qual chamo de B2B2C. Por este conceito, a indústria (B) tem seu próprio e-commerce; ela repassa as oportunidades de vendas às revendas parceiras (2B); e estas podem efetivamente concretizá-las junto ao consumidor final (C).
O comércio eletrônico, porém, é visto como um desafio para quase 30% das indústrias brasileiras. Se pensarmos que 61% dos consumidores aumentaram o volume de compras pela internet no último ano, torna-se mais alarmante ainda o fato de que apenas 5% das indústrias estejam realmente preparadas para aproveitar ao máximo todas as oportunidades do ambiente digital, de acordo com um levantamento realizado pela PwC.
Independente do segmento de atuação ou do porte da indústria, implantar e estabelecer um canal de vendas pela internet a fim de facilitar, ao consumidor final, o acesso direto aos seus produtos é uma estratégia de negócios necessária. Ingressar no universo B2B2C pode representar um importante aumento no faturamento. Além disso, pode significar o passo definitivo para o sucesso dessas companhias, visto que apenas nos oito primeiros meses de 2020, o varejo digital cresceu 56% e a tendência é seguir em constante evolução.
A estratégia, no entanto, está em conciliar a abertura deste canal de vendas e o relacionamento direto com o consumidor sem perder as relações ou criar um conflito com as revendas. Afinal, elas foram (e seguem) como as grandes parceiras de negócios das indústrias até o momento. Este é um cuidado importante e um desafio que precisa ser tratado com a máxima atenção.
Uma saída interessante é utilizar o e-commerce além de um canal de vendas para a indústria. Ou seja, usá-lo também como um gerador de oportunidades para os revendedores — e, com isso, estreitar ainda mais o relacionamento com esses parceiros. Posso exemplificar. Digamos que a revenda possui um determinado produto, que foi adquirido pelo consumidor por meio do e-commerce da indústria. Ele está disponível em estoque e próximo da região onde a entrega deve ser realizada. Por que não passar essa venda ao parceiro? Se nenhuma das revendas parceiras tiver o produto vendido à disposição do cliente, que mal há na própria indústria atender diretamente ao consumidor?
É interessante notar que ao operar de maneira integrada, indústria e revendas saem ganhando. É possível que ambas ampliem o volume de vendas. Além disso, os consumidores podem ser atendidos de forma mais rápida e eficiente, assim como as revendas ainda ganham a vantagem de enxergar uma série de oportunidades de negócio — ao observar a demanda por determinados produtos, que podem não fazer parte do mix adquirido para a sua loja. O e-commerce, definitivamente, é um canal de vendas estratégico e viável para as indústrias. Não apenas sob a ótica do aumento do faturamento, mas especialmente pelas oportunidades de negócios que podem surgir do meio digital. Pense sobre isso!