A evolução do comércio eletrônico tem potencializado o crescimento de mercados relacionados, como tecnologia, marketing digital e logística. Com isso, a indústria de embalagens tem sido cada vez mais desafiada a desenvolver soluções inovadoras e, sobretudo, sustentáveis.
Não é de hoje que trabalhamos intensamente para atender às novas demandas do varejo. Temos o compromisso de sempre encontrar a quantidade ideal de material para embalagens, considerada “ótima”, ou seja, aquela que protege a mercadoria e gera o menor impacto possível, trazendo equilíbrio entre proteção e sustentabilidade.
Sabemos da nossa importância. No e-commerce, a embalagem de proteção é fundamental para garantir a eficiência da jornada de compra. A ocorrência de danos durante a logística gera um processo de troca, trazendo maior pegada de carbono, associada a fatores como o retorno e descarte (ou manutenção) do material, e novo processo de envio de material substituto. É possível mitigar esse impacto através do entendimento das reais necessidades de proteção, o qual deve ser realizado de forma customizada para cada planta de um cliente. Uma análise detalhada permite a proposta de soluções que, além de garantir proteção, fomentem uma economia circular e atendam às exigências dos consumidores.
Economia circular é potencializada pelo uso de conteúdo reciclado
Soluções para preenchimento de espaços como almofadas de ar feitas com 95% de plástico reciclado já existem no mercado brasileiro e tem o potencial de elevar a sustentabilidade das operações de e-commerce que necessitam de proteção eficiente. Esta inovação apresenta uma redução de 52% no consumo de combustíveis fósseis em comparação com soluções tradicionais, além de reduzir em 44% o consumo água, quantia equivalente a 31 piscinas olímpicas. Além disso, varejistas já estão de olho também em novos formatos de envelopes de proteção. Os famosos mailers também podem ser encontrados em opções com 30% de plástico reciclado.
Investidores e consumidores pressionam por operações mais sustentáveis
Em paralelo ao desenvolvimento da indústria, vemos crescer a pauta de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) dentro do varejo, impulsionada pela demanda dos investidores. Movimento extremamente positivo que tem acelerado a busca por alternativas que tragam benefícios sociais e ambientais a partir dos negócios.
Ao mesmo tempo, do lado dos consumidores, nunca antes se falou tanto em exigência por produtos mais sustentáveis. Um estudo da consultoria McKinsey apontou que 85% dos brasileiros revelam que se sentem melhor comprando produtos sustentáveis. Outra enquete global apontou que 97% dos entrevistados esperam que as marcas solucionem problemas sociais.
Comunicação é fundamental para envolver o consumidor na economia circular
Do ponto de vista das embalagens, sejam primárias ou secundárias, além de garantir a segurança do produto, colaborando com a redução de perdas, ela é parte fundamental também na comunicação para a sustentabilidade. Há a intenção do consumidor realizar o descarte correto, mas, muitas vezes a marca não dispõe de informação em sua embalagem. Um exemplo bacana que tenho visto no varejo são os produtos da marca Carrefour. Suas embalagens já trazem um box com uma comunicação clara sobre seu descarte correto.
Em decorrência dos novos hábitos de consumo que envolvem a sustentabilidade e, em conjunto com o avanço do ESG, varejistas têm inovado nas plataformas de vendas online. É como o caso da Americanas, que criou estantes virtuais exclusivas com produtos certificados e de impacto socioambiental em duas abas especiais de seu site e aplicativo.
Dentro do contexto do e-commerce, o incentivo à economia circular e o desenvolvimento do mercado demandam ação de todos os lados. Diante do cenário promissor, as perspectivas são muito positivas, pois como vimos, no quesito embalagens já existem soluções com alta inovação e menor impacto ambiental. Ao mesmo tempo, o varejo e as marcas estão buscando atender às demandas de consumo por mais sustentabilidade — e, por fim, há um anseio dos consumidores por fazer parte de uma jornada de consumo mais sustentável. O caminho a ser explorado é longo, mas a largada já foi dada e nessa corrida não há um único vencedor.