Fintech, de acordo com a definição do Banco Central do Brasil, é uma empresa que introduz inovações no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologias. Literalmente, o termo representa a junção do ramo financeiro (fin) com a tecnologia (tech).
Esse é um campo bastante promissor, cujo valor de mercado global deve chegar aos US$ 305 bilhões em 2025, segundo a GlobeNewswire. E o Brasil ocupa um lugar de destaque nesse panorama, sendo o maior ecossistema de fintechs da América Latina, como indica o ranking da empresa alemã Mambu.
Isso porque a adesão dos brasileiros tem sido cada vez maior. No caso dos bancos digitais, por exemplo, o Bank of America aponta que já existem 8% de usuários exclusivos desse serviço no país. Em 2019, o número era de apenas 3%.
Mas o sucesso desse mercado talvez seja mais bem definido pela forma como as fintechs usam a inteligência artificial (AI) como diferencial para atrair o público. Quer saber mais a respeito? Então acompanhe a explicação.
Por dentro do ecossistema das fintechs
O crescimento dessas empresas no Brasil está ligado a uma série de fatores. O primeiro deles é a crescente demanda dos brasileiros por serviços digitais, considerando que temos mais de 165 milhões de pessoas no país conectadas à Internet, segundo o relatório Digital Brazil: 2022.
Outro motivo é a especialização. A Distrito revela que existem 1.289 fintechs no Brasil, atuando em pelo menos 14 categorias diferentes: meios de pagamento, crédito, investimentos, criptomoedas, back office, serviços digitais, risco e compliance, finanças pessoais, tecnologia, fidelização, dívidas, financiamento coletivo, câmbio e cartões. Ou seja, elas são capazes de oferecer soluções muito mais específicas e customizadas para diferentes perfis.
Nesse sentido, ainda temos a questão do engessamento das instituições financeiras tradicionais. A burocracia é uma das razões por que 16,3 milhões de brasileiros sequer possuem conta bancária, conforme revela o Instituto Locomotiva.
Sobretudo, a forma como as fintechs usam a inteligência artificial é uma das principais razões para a expansão desse mercado. O uso da IA não só aumenta a eficiência e a rentabilidade das empresas do setor financeiro, como traz mais agilidade aos usuários.
Casos de uso da inteligência artificial nas fintechs
Para deixar claro, a inteligência artificial refere-se à capacidade de processamento de um grande volume de informações, podendo caber à máquina o papel de interpretá-las e definir um curso de ação conforme sua programação. Dentro dela, ainda temos machine learning, ou aprendizagem de máquina, que permite à IA adaptar-se diante de novas informações.
Vejamos então alguns casos em que esses dois conceitos são aplicados no ecossistema das fintechs.
Automação do atendimento
O diferencial das fintechs começa no atendimento ao cliente. Por meio de plataformas proprietárias ou aplicativos populares como o WhatsApp, as empresas com DNA tecnológico oferecem uma comunicação mais ágil e intuitiva.
Análise de documentos
Os bancos digitais mostraram como pode ser fácil abrir uma conta pela Internet, sem necessidade de o cliente visitar uma agência física. No entanto, por trás dessa aparente simplicidade, as fintechs empregam diversas soluções em inteligência artificial para garantir a segurança das operações em muito menos tempo do que uma instituição tradicional levaria.
Gestão de riscos e segurança
Falando em segurança, uma função importante da inteligência virtual nas fintechs é o cruzamento de diferentes dados para gerir o risco individual de cada consumidor. Em questão de segundos, uma seguradora pode calcular o valor mais adequado de uma apólice enquanto reduz os riscos para si, por exemplo.
Além disso, a partir da aprendizagem de máquina, é possível que o sistema evolua com base no comportamento do consumidor, oferecendo soluções mais personalizadas ou detectando ações fora do padrão que possam configurar uma ameaça às finanças dele.
Análise de crédito
A agilidade obtida com a inteligência virtual também é usada pelas fintechs de pagamento, como no segmento de crediário digital, ou BNPL. A análise de crédito sempre foi um obstáculo para o consumidor, impedindo o acesso à compra de bens necessários. Porém, a IA permite que as empresas calculem melhor o risco de cada cliente, com redução de erros na hora de aceitar ou negar um crédito.
Desse modo, o e-commerce também ganha com a IA das fintechs de pagamento. No caso do BNPL, graças à maior precisão na análise de crédito, algumas empresas do segmento conseguem absorver o risco de inadimplência e prejuízo no comércio eletrônico, garantindo o pagamento do lojista. Isso sem valor na rapidez: a avaliação pode ocorrer em questão de minutos.
Outra vantagem da análise de crédito por inteligência artificial é a possibilidade de criar serviços mais flexíveis para o consumidor. Por exemplo, com o boleto ou Pix parcelado, é possível parcelar as compras em até 24 vezes sem necessidade de cartão de crédito. Isso é capaz de reduzir drasticamente o abandono de carrinho no e-commerce.
Esses são alguns exemplos de por que as fintechs estão substituindo processos engessados e lentos, com o uso da IA no centro dessa transformação. Agora sua empresa precisa acompanhar essa mudança.
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