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Alta dos combustíveis e e-commerce: é hora de adequar sua logística à crise

Por: Jonathan Benitez

Empreendedor, 21 anos de varejo, especialista em formação de lideranças, gestão de pessoas e desenvolvimento de projetos de franquias de sucesso. É CEO da Cellairis Brasil, marca americana com 20 anos de mercado internacional, presente hoje em 11 países e com mais de 500 pontos de venda. Benitez tem como grande propósito diminuir a desigualdade social através do empreendedorismo.

Vamos ter uma conversa franca, de empreendedor para empreendedor, de empresário para empresário? Quem vai pagar a conta pelos seguidos aumentos de combustíveis que estamos assistindo? Ou existem alternativas para absorver a quarto alta da gasolina e a terceira do diesel, 34% e 27% mais caros, respectivamente, somente neste ano?

Podemos tentar fazer alguns exercícios para que essa escalada seja diluída da melhor forma, sem impactar tanto nossas vendas. Afinal, por mais que o e-commerce tenha atingido patamares positivos inimagináveis num tão período curto (devido à pandemia, todos sabemos), o consumidor já está castigado com a inflação crescente e com a crise econômica do país. Se o produto que ele está acostumado a comprar duplicar de valor, será mesmo que vai se manter fiel a você?

A intenção, claro, não é dar aqui uma aula de cálculo de frete e valor final de produto, mas trocar ideias que, acredito, podem ajudar a amenizar os valores de entrega que tendem a ficar ainda mais altos. É preciso dar dois passos atrás, nesse momento crítico.

  • Que tal reavaliar a qualidade dos serviços das transportadoras que você escolheu e revisar os termos do contrato? Cabe renegociação? Faça um novo BID e atualize os preços dos concorrentes.

 

  • Você consegue planejar a quantidade de itens que vai transportar e se vai precisar usar transportadoras diferentes? Isso é essencial para saber quanto do seu orçamento está direcionado para as entregas e qual o tamanho do impacto da alta dos combustíveis. Às vezes, um reajuste de preço será necessário, na minha opinião. Não venda a qualquer custo.

 

  • Como você lida com produtos que chegam avariados por conta do transporte da carga e acidentes ou nem chegam, devido a roubos? Imagine, com o custo do frete nas alturas e você sem práticas de gestão de ocorrências? Revise os processos de faturamento e confira tudo antes de ser enviado. O retrabalho aqui vai custar mais caro ainda.

 

  • Esse item está diretamente ligado à qualidade das transportadoras que você escolhe: elas usam inteligência para mapear os clientes e roteirizar as cargas? Esta aí uma das formas de reduzir bastante os custos com frete, agora muito mais importante.

 

  • Capriche um pouco mais na pesquisa de preços da concorrência, já que o consumidor certamente está pesquisando bastante antes de definir em qual e-commerce vai realizar sua compra. Acompanhando diariamente o comportamento de quem compete com o seu negócio, você pode incrementar o planejamento das promoções com o objetivo de aparecer nas buscas com um preço mais atraente.

 

  • Que tal estudar nova possibilidades na redução de frete? Já pensou em ter um novo centro de distribuição? Ou quem sabe mudar seu centro de distribuição? Estude seu faturamento por região ou por cidade e faça a conta. A entrega rápida é fator decisivo na tomada de decisão da compra.

O pior, neste momento, em especial, é perder clientes e resultados no seu e-commerce, por isso é importante traçar um plano de ação, já que o cenário econômico não é dos melhores. Por outro lado, pense: o e-commerce é justamente a solução para seu cliente não sair de casa. É sempre bom lembrar disso.

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